Pensar e tomar consciência da importância da saúde nas relações de trabalho no ambiente bancário foi o norte do I Seminário sobre Saúde Caixa e Saúde do Trabalhador na Caixa, realizado pela Fenae, Apcefs, Fetrafi/NE e Sindicato dos Bancários da Paraíba. O evento – que aconteceu nos dias 24 e 25 de novembro, na cidade de João Pessoa (PB) – foi a oportunidade de alinhar e nivelar conhecimentos, intensificando a mobilização dos empregados da Caixa, no intuito de cobrar uma séria e efetiva negociação sobre os temas pendentes junto à gestão do banco.

Representando o Piauí, a vice-presidente da Apcef-PI e diretora do Sindicato dos Bancários do Piauí, Hortência Oliveira, destacou a importância de se apropriar do tema, entender a saúde como um direito e a importância da saúde preventiva. “Foram abordados muitos temas. O empregado tem que ter consciência dos direitos que tem e não pensar em saúde apenas quando adoece, é preciso entender que a saúde é um direito do trabalhador e temos que trabalhar essa conscientização na base, junto aos trabalhadores. O ambiente bancário é cheio de pressão e verificamos um grande número de problemas relacionados à saúde mental, por exemplo. Temos que refletir e trabalhar esses pontos, não só na Caixa, mas em todos os bancos. O gestor não existe apenas para cobrar metas, mas para cuidas das pessoas também”, disse.

Na programação foram abordadas diversas temáticas: “A saúde do trabalhador e a relação capital trabalho”; “Os efeitos do Programa GDP – Gestão de Desempenho de Pessoas na saúde dos empregados da Caixa”; “O Sistema Único de Saúde –SUS” e “O mercado dos planos de saúde e as regras da ANS”. Plínio Pavão, assessor da Fenae, reforçou a necessidade de conscientizar os trabalhadores sobre a relação trabalho e saúde dentro da lógica capitalista que rege o sistema. “É muito importante discutir as questões da saúde do trabalhador que estão intimamente ligadas às relações de trabalho. O trabalhador adoece por causa da exploração do trabalho e essa situação só muda com a participação dos próprios trabalhadores. Esse seminário traz um pouco mais de informações aos dirigentes e militantes para que possam conversar com os trabalhadores sobre essa complexidade que existe no processo de exploração do trabalho, que não tem limites e faz o trabalhador adoecer. Só vamos mudar essa situação com a atitude do próprio trabalhador. As pessoas têm as suas limitações e isso precisa ser respeitado, se não as pessoas adoecem”, disse Plínio.

O Dr. Albucacis de Castro, fez uma abordagem sobre os planos de saúde e destacou a importância de conhecer para melhor utilizar o Saúde Caixa. “Esse trabalho tem o propósito de melhorar a qualidade de atendimento aos beneficiários do Saúde Caixa, incentivando aos programas de promoção e prevenção a saúde. Trabalhar no fator gestão, conhecendo os dados estatísticos para que se possa ter uma melhor utilização e melhor custo benefício, colaborando com a sociedade como um todo ao promover mais saúde para esse grande número de trabalhadores”. Já o médico Luís Carlos Saraiva lembrou a importância de dialogar sobre saúde no contexto do trabalho. “O diálogo foi muito proveitoso, discussões aprofundadas sobre a relação saúde, trabalho e doença, que é um dos grandes problemas de saúde pública no país, e hoje, com foco muito forte na questão do adoecimento mental no trabalho, principalmente no trabalho bancário, por conta do seu modelo de organização e das relações internas de trabalho. Que esse evento se repita em vários pontos do Brasil porque é fundamental que todos tenham conhecimento da atual realidade, desafios e da elaboração de estratégias para garantir um ambiente mais saudável”.

A diretora da CUT-PE, Lindinere Ferreira, levantou um debate sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), uma política pública historicamente construída com a participação da classe trabalhadora e que precisa ser defendida por toda a sociedade. “As políticas públicas no campo da saúde, previdência e trabalhista só aconteceram a partir da participação e organização do trabalhador. As pessoas precisam entender que o SUS não é só assistência, ele está presente através das ações de vigilância, todo o conjunto da sociedade é usuária do SUS, não apenas aquele que faz o atendimento médico. O SUS não é de um governo, ele é patrimônio do povo brasileiro e tem que ser defendido por todos nós”, defendeu.

O representante eleito do Conselho de Usuários do Saúde Caixa, Paulo Roberto de Lima, comentou sobre a importância do plano para os empregados e defendeu uma participação, por meio do Conselho de Usuários, que busque sempre melhorar a gestão do plano. “O Saúde Caixa, como qualquer outro plano, embora seja um plano de autogestão, tem suas dificuldades, mas como é gerido pela Caixa nos dá a possibilidade de interferir de forma direta sem necessidade de submeter isso a administrações externas. A situação do plano, hoje, é muito importante para o economiário, porque se transformou num patrimônio. É muito importante que os empregados tenham essa visão de preservar a qualidade e a boa gestão do plano. Sem dúvidas nós temos essa preocupação e o Seminário vem ao encontro disso. A experiência que se tem na participação do Conselho de Usuários deve ser uma preocupação também de todos os empregados em participar, colaborar, sugerir formas de condução. O próprio nome já diz, conselho de usuários, é direcionado para os beneficiários e é a voz do plano perante a área de administração do Saúde Caixa”, explicou.



Fonte tags:»






Compartilhe :