O Banco do Nordeste (BNB) é um banco público de fomento e representa a esperança de desenvolvimento econômico e social para toda uma região. Ainda assim, a direção do BNB anunciou, na sexta-feira (13/01), o fechamento de 19 agências. No Piauí será fechada uma agência, no bairro Jóquei Clube, zona Leste de Teresina – agência com menos de um ano de existência –, além da não abertura de outras cinco agências que estavam previstas para o interior do Estado (Castelo do Piauí, Canto do Buriti, Santa Filomena, Picos e Parnaíba).

Contra esse processo de desmonte, o Sindicato dos Bancários do Piauí (SEEBF-PI) reuniu bancários e bancárias do BNB e demais bancos em manifestação em frente à agência BNB no Centro de Teresina e retardaram em 1 hora a abertura da unidade. “Nossa luta é pelo não fechamento das agências e manutenção desses postos de trabalho. Queremos passar para a sociedade nossa preocupação com o impacto que essa decisão vai causar ao Estado. O BNB é um banco muito importante no Piauí, responsável por aplicações de microcrédito, micro e pequenas empresas, agronegócio e essa decisão passa pelo enfraquecimento das aplicações de recursos em nosso estado. Então, instituições como o SEBRAE e todas as associações que representam os meios produtivos têm que se unir e fazer chegar à bancada federal essa preocupação e que a gente possa reverter essa decisão”, explicou Marcus Vinícius diretor do SEEBF-PI.

 

Desmonte das empresas públicas

No bojo da atual conjuntura política e econômica vê-se um conjunto de ataque às empresas públicas, enfraquecendo o Estado e a classe trabalhadora. O fechamento de agências de bancos públicos é o reflexo do retrocesso em que o país vive, explica a diretora do SEEBF-PI, Lusemir Carvalho. “Esse é um momento de retrocesso, de enxugamento para a privatização, porque esse projeto já vinha sendo arquitetado pelo governo golpista há muito tempo, para que o bando seja vendido, privatizado ou incorporado à iniciativa privada. É o projeto neoliberal e como o Banco do Nordeste é um banco menor, um banco regional, é mais fácil para eles venderem ou privatizarem. Essa é a nossa grande preocupação” disse.

O presidente do SEEBF-PI, Arimatéa Passos, falou da importância do BNB como um banco de fomento para o desenvolvimento de regiões mais pobres, além da necessidade de união de todas as categorias de trabalhadores para barrar esse ataque às empresas públicas. “O Banco do Nordeste é importante para a economia do estado como banco de fomento, com o Crediamigo, agronegócio e agricultura familiar. Temos que nos unir com outras categorias de trabalhadores para fortalecer a luta contra o desmonte das empresas públicas. Se observarmos os municípios no interior do Estado, a economia onde há BNB ou outro banco é mais pujante, mais forte. Fechar agências de um banco de fomento é comprometer o desenvolvimento de uma região inteira”.

Funcionários pegos de surpresa

A decisão anunciada de forma unilateral pegou todos empregados do banco de surpresa e deixou a todos na incerteza sobre o futuro. Em visita à agência que será fechada (BNB Jóquei), os diretores do SEEBF-PI, Lusemir Carvalho e Marcus Vinícius, constataram o clima de angústia entre os empregados. “O sentimento é o pior possível, sentimento de incerteza. Colegas que vieram do interior por meio de processo seletivo que o banco abriu, hoje estão comissionados como gerente de negócios, gerente executivo e não há nenhuma garantia de que esses colegas permaneçam em Teresina e nem com a comissão têm hoje. É uma situação preocupante, porque essa decisão pelo fechamento vem acompanhada de outras decisões ruins para os funcionários, como é o caso de reclassificação de agências, reestruturação de funções”, explica Marcus Vinícius.

Hoje (20/01) o diretor de Recursos Humanos do Banco do Nordeste, Henrique Moura está reunido em São Paulo com o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten para apresentar e discutir sobre esse plano de fechamento de agências do Banco do Nordeste. “A gente aguarda com muita expectativa e o sindicato aguarda a Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste que também está mobilizada para que a gente possa fazer esse contraponto a essa decisão do banco”, informa Marcus.



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