O Banco do Brasil enviou na quarta-feira (25) um comunicado interno para seus funcionários ressaltando o papel do banco e de cada um de seus funcionários (inclusive dos terceirizados, estagiários e aprendizes) no combate à violência contra a mulher.



Na nota, o banco ressalta que “a violência contra a mulher é um problema social e de saúde pública que atinge pessoas de todas as etnias, religiões, escolaridades e classes sociais. É uma violação de direitos humanos e liberdades fundamentais e precisa ser denunciado por toda a sociedade.”


O banco informa, ainda, que o dia 25 de novembro foi internacionalmente instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher.


O comunicado também apresentou dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que afirma que, durante a pandemia, caíram os registros nas delegacias relacionados a agressões em decorrência de violência doméstica (-9,9%), mas aumentaram as chamadas para o 190 (3,8%) e cresceu o número de feminicídios (1,9%). Informa ainda que, em nível mundial, a ONU advertiu que seis meses de restrições sanitárias poderiam ocasionar 31 milhões de casos adicionais de violência sexista no mundo, sete milhões de gravidezes não desejadas, além de colocar em risco a luta contra a mutilação genital feminina e os casamentos arranjados.


“A fim de auxiliar a combater esses dados, a Convenção Coletiva de Trabalho, assinada em setembro deste ano entre Fenaban e entidades sindicais, possui cláusula específica sobre a prevenção à violência contra a mulher que se destina a auxiliar as bancárias que necessitam de ajuda para superar situações de violência doméstica e familiar, com o objetivo de romper o ciclo dessa violência”, diz outro trecho da nota, que traz ainda formas de denunciar a violência e orientações para que todos os funcionários se engajem na luta contra a violência às mulheres, seja criando redes de solidariedade, contribuindo para o rompimento do silêncio e da barreira de isolamento.



“Converse, se posicione, faça sua parte. Compartilhe informações caso tome conhecimento de situações da espécie”, conclui o Banco do Brasil em sua nota.



As mulheres que fazem parte da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), órgão que assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações de na relação com o banco, destacam que sempre cobram o banco quando o mesmo tem posturas com a qual não concordam, mas, desta vez, parabenizam a ação realizada.



Consideram importante que o banco tenha tido essa iniciativa, inclusive divulgando que o movimento sindical construiu, junto à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), um canal para atender as bancárias vítimas de violência doméstica. Acreditam, também, que o comunicado do BB as ajudará a cobrar dos gestores de cada agência e departamento o compromisso e outras ações contra a violência às mulheres para reforçar o canal de atendimento às bancárias vítimas de violência.



Mas, acreditam que, além do comunicado, é importante que o banco faça um treinamento para que os gestores entendam como tratar possíveis demandas, garantindo sigilo e encaminhamento adequado. Também avaliam que ainda há muito que se avançar, principalmente no que diz respeito à valorização da igualdade entre homens e mulheres no que diz respeito à ascensão profissional e de carreira, uma vez que ainda se constata no banco que quanto mais altos os cargos, menor o número de participação de mulheres. Este também é um tipo de violência contra as mulheres que precisa ser corrigido. Contamos com o banco para a correção deste problema.



Mulheres da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil
Ana Smolka – Fetec/PR
Bianca Garbelini – Fetrafi/RS
Elisa Ferreira – Feeb-SP/MS
Fernanda Lopes Contraf-CUT
Luciana Bagno – Fetrafi/MG
Marianna Coelho – Fetec/CN
Rita Mota Fetraf-RJ/ES
Sandra Trajano – Fetrafi/NE

 

Fonte: Contraf



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