XXXI Encontro Estadual de Bancários dá o pontapé inicial para construção da Campanha Salarial 2016

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XXXI Encontro Estadual de Bancários dá o pontapé inicial para construção da Campanha Salarial 2016

30/11/-1 Gilson Alves Rocha NI

Bancários da ativa e aposentados das cidades de Bom Jesus, Água Branca, Simplício Mendes, Floriano, Esperantina, Paulistana, Picos, Parnaíba, Castelo do Piauí, Corrente, Uruçuí, Gilbués, Timon, Miguel Alves, Altos, Piripiri e Teresina prestigiaram o XXXI Encontro Estadual de Bancários 2016. O evento foi realizado no dia 04/06, no auditório do Sindicato dos Bancários do Piauí e contou com as palestras da economista do DIEESE, Vivian Machado Rodrigues; o diretor Executivo da Contraf-CUT, Adilson Barros, e do psicólogo Ricardo Cruz.

Esse foi o primeiro passo de construção da pauta para Campanha Salarial 2016 e a oportunidade de ouvir as reivindicações da categoria bancária.

Na abertura, o presidente do SEEBF-PI, Arimatéa Passos, destacou a importância do evento e agradeceu a presença dos bancári@s das várias cidades do Piauí que se deslocaram até Teresina para participar do evento. Ele aproveitou para falar sobre as discussões que servirão de base para elaboração da pauta da Campanha Salarial.

Por sua vez, a primeira tesoureira, Francisca de Assis Araújo, também deu as boas-vindas a todos e fez um breve discurso sobre as temáticas que seriam discutidas pela categoria.

Teresa Sousa, da Fetrafi-NE, falou que o encontro é imprescindível para construção da pauta que servirá de base para os Encontros Nacionais do BB, BNB e Caixa. Na oportunidade, houve a leitura do Regimento Interno.

A palestrante Vivian Machado Rodrigues abordou o tema “Conjuntura Econômica Nacional e Bancária” e fez uma explanação sobre o atual cenário brasileiro. “No atual cenário, acho importante alertar os bancários para questão da conjuntura econômica que está um pouco mais difícil que chegou a atingir esse ano o resultados dos bancos e se antes eles já choraram, imagine agora. E a questão tecnológica que está em evidência, como a questão das agências digitais, principalmente dos bancos empurrarem seus clientes para o atendimento digital”, diz, mencionando que isso vem colocando em risco o emprego da categoria. “Foram mais de 32 mil postos bancários fechados em quatro anos e isso é preocupante”.

Vivian Rodrigues ressaltou que não existe crise no setor bancário, isso porque os resultados deles são extraordinariamente altos, “mas este ano, especialmente nesse primeiro trimestre houve queda sim no resultado dos bancos, porém, os bancos cobrem a folha de pagamento que eles choram para dar aumento para os bancários, apenas com a receita de tarifas que é uma receita secundária do banco, e o resultado da intermediação fica livre e os bancários geram esse resultado com o trabalho deles”, pondera a economista do DIEESE.

Ela falou sobre a nova política econômica do governo Michel Temer e conta que o que precisa realmente no país é um movimento dos bancos, inclusive, de ajudar a população no sentido de fazer a economia girar. “Toda essa situação foi uma crise criada, ou seja, construída a base do terrorismo, onde a crise política gerou a crise econômica. Aquela campanha massiva na mídia de massacrar na cabeça das pessoas que havia uma crise despontando e isso gera uma expectativa e ninguém vive de expectativa”, avalia Vivian Machado, acrescentando que os empresários se assustam com essa onda e começam a demitir seus funcionários e aumentar seus preços temendo essa crise tão propagada pela imprensa.

Vivan frisa que é hora de reverter essa situação e não é aumentando impostos que vai gerar isso, ou seja, gerar receita para manter o país, “mas, sim, propiciar mais emprego e movimento para economia através do desenvolvimento”, observa a economista, defendendo mais emprego e melhorar a renda das pessoas, até porque não é aumento o salário que vai gerar a inflação.

Seguindo a programação, o psicólogo Ricardo Cruz abordou o tema “Saúde do Trabalhador”, destacando a diferença entre tristeza e depressão, esclarecendo as situações dentro do setor bancário que vem deixando a categoria adoecida e refém de medicação, principalmente diante das cobranças pelo cumprimento de metas, assédio moral e estresse causado pelas constantes imposições dos seus superiores.

Em seguida, Adilson Barros, da Contraf-CUT, falou sobre a conjuntura política brasileira e disse que “o susto que levamos nessa mudança de governo pelo vice-presidente Michel Temer, foi muito ruim, porque foi um governo eleito democraticamente pelo povo e acaba tendo uma sucessão que fere um pouco o direito democrático no país, então, essa conjuntura hoje é ruim porque começa muito mal na escolha do seu ministério e começa a sinalizar que haverá cortes de direitos dos trabalhadores conquistados ao longo dos seus treze anos”, enfatiza, mencionando que existe um foco de resistência através de duas frentes importantes no país, e também capitaneado pelas centrais sindicais, sendo que a Central Única dos Trabalhadores, por ser a mais importante da América Latina e entre as maiores do mundo, está cumprindo o seu papel. Então, ela tem uma camada na sua representação de trabalhadores que reconhece que esse governo não representa a maioria.

“Olhando um pouco para a nossa pauta, a gente entra fortalecido porque o trabalhador que apostou nessa mudança, ele está se sentindo enganado e precisa refletir que esse governo vai ser nefasto para todos nós, inclusive com a retirada de direitos e uma política de privatização no setor público”, complementa Adilson.

Sobre o maior desafio no atual momento de crise político, ele acredita que o trabalhador, por essência, tem uma resistência muito grande, mas é preciso ter uma unidade maior, ter uma compreensão que o governo que antecede esse que sucedeu não defende uma política voltada para uma classe menos assistida durante o século XX e anos 90. “A partir de 2002 tivemos os programas sociais que efetivamente atingiram esse setor menos atingido que incomodou justamente quem defende o empresário que, dentro de uma lógica capitalista”, finaliza.

Durante o evento houve ainda a escolha dos delegados que participarão dos encontros nacionais do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e bancos privados.



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