Acompanhar de perto todos os projetos que tramitam no Congresso Nacional que atentam contra a classe trabalhadora e sintonizar as Secretarias estaduais de Relações no Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT) foram os objetivos do I seminário “Os Cenários das Relações de Trabalho no Brasil”, realizado pela CUT nacional, por meio da Secretaria de Relações no Trabalho, em Brasília, entre os dias 24 e 25 de agosto. O seminário, que contou com a presença da secretária nacional de relações no trabalho da CUT, Graça Costa, reuniu secretários de relações no trabalho das CUTs estaduais, representantes dos ramos financeiro, comércio; secretários de formação, finanças, assuntos jurídicos, combate ao racismo, relações internacionais e Secretaria Geral da CUT.

O secretário de relações no trabalho da CUT Piauí e diretor da Regional Teresina do Sindicato dos Bancários do Piauí, João Neto representou a classe trabalhadora e sindical do estado no seminário. Segundo João Neto, um seminário que integre e crie conexões entre as secretárias que compõe a Central é de fundamental importância no contexto atual que a classe trabalhadora tem enfrentado. “Essa Secretaria acompanha diuturnamente o trâmite de vários projetos, como por exemplo, o PL 4330, que agora já está no senado como PLC 030, de relatoria do senador Paulo Paim; acompanha a PEC 241, a PEC 257, como também as que tratam das privatizações, terceirizações e negociado sobre legislado. Toda essa pauta que de janeiro de 2016 para cá ficou conhecida como pauta bomba, implementada pelo deputado, hoje afastado, Eduardo Cunha. Uma pauta danosa à classe trabalhadora que vai de privatizações até o desmonte da previdência social, construída com muita luta, não sendo ainda a ideal, mas que atende principalmente aos mais pobres do nosso país”, explicou.

O seminário serviu para se perceber a importância do trabalho das Secretarias de Relações no Trabalho da Central, que além de acompanhar o trâmite desses projetos danosos à classe trabalhadora, também discute com os sindicatos as pautas de reivindicações, por isso a necessidade de uma maior interação entre as várias Secretarias. “Como vamos acrescentar numa minuta a questão dos negros, por exemplo, se a gente não tiver uma interação com a Secretaria de combate ao racismo? Como vamos contribuir numa pauta de reivindicação de determinado sindicato se não tivermos uma interação com a Secretaria de saúde e segurança do trabalhador? Essa sintonia é de suma importância para a gente construir pautas de reivindicações mais consistentes, propostas mais claras e que dialoguem com as várias Secretarias, com aquelas pessoas que passam e sofrem na pele os problemas do dia-a-dia. Esse é o perfil que pretendemos implementar em cada CUT estadual e CUT nacional, aumentando a participação dessa importante Secretaria”, defendeu.

Outro ponto debatido e defendido no seminário foi a melhora nos fluxos de conteúdo e comunicação com o objetivo de alcançar e integrar a nova e jovem classe trabalhadora, que muita vezes ainda não se vê representada ou consciente dos perigos que o atual contexto representa para os direitos e conquistas trabalhistas. “Foi colocado que precisamos modificar a nossa linguagem para que possa chegar com mais clareza à juventude, que tem uma linguagem diferenciada dos dirigentes sindicais que já apontam aí com seus cabelos brancos. A gente precisa retornar às nossas bases para conversar sobre isso, de forma lúdica inclusive, se utilizando das várias formas existentes hoje de comunicação para passar a mensagem do que afeta a classe trabalhadora. É importante chegar nesses jovens trabalhadores para que eles possam, inclusive, assumir as direções dos sindicatos e da Central que tem um legado importantíssimo para a classe trabalhadora desse país ao longo desses 33 anos da CUT”, enfatizou João Neto.

O seminário também reforçou a participação das Centrais estaduais na agenda de luta definida na reunião da Direção Nacional da CUT, realizada nos dias 18 e 19 de agosto, além de acrescentar pontos e caminhos para uma maior interação entre as várias Secretarias da CUT com a Secretaria de Relações no Trabalho. Fortalecendo a consciência de que é preciso essa interação para fortalecer a luta. “Existe hoje um esquema montado contra a classe trabalhadora e que, ou ela se organiza mais ainda nos seus sindicatos e vai às ruas, porque só os dirigentes sindicais não resolvem mais, é preciso que o povo trabalhador que está ameaçado nos seus direitos vá às ruas para que a gente barre esse projeto, que é a retomada de um projeto neoliberal, que visa precarizar as relações de trabalho, privatizar estatais e terceirizar, piorando ainda mais o cenário, não só para os trabalhadores, mas principalmente, para a sobrevivência do movimento sindical brasileiro, que é um dos mais organizados e combativos do mundo. Rumo à greve geral, construir a greve geral, somo fortes, somos CUT, nenhum direito a menos e fora Temer”, concluiu João Neto.



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