Em assembleia, bancários do Piauí aprovam greve a partir de terça-feira, dia 6, por tempo indeterminado

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Em assembleia, bancários do Piauí aprovam greve a partir de terça-feira, dia 6, por tempo indeterminado

30/11/-1 Gilson Alves Rocha NI

Reunidos em assembleia no início da noite desta sexta-feira, os bancários do Piauí votaram pela deflagração da greve por tempo indeterminado a próxima terça-feira (06).
Segundo ressalta Arimatéa Passos, presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, “a categoria, civilizadamente, rejeitou categoricamente a proposta dos banqueiros. Ela não atende a expectativa criada pela categoria e nem tampouco a metade do que pedimos”, diz.
Ele conta que foi uma votação livre e o Piauí atendendo o que o Brasil já havia determinado, a partir do dia 6 também entra em greve. 
A decisão rejeita a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentada no último dia 29, que é de reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche e abono de R$3 mil. De acordo com os bancários, a oferta não cobre sequer a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano, o que representa perdas de 2,8% para cada bancário.
 A classe possui uma proposta de reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho). PLR de três salários mais R $8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança e melhores condições de trabalho. Os bancários lutam também pela defesa dos empregos, contra a terceirização, assim como a proteção das empresa públicas, contra as privatizações.
 João Neto, Diretor Regional do Sindicato dos Bancários em Teresina Secretário de Relações de Trabalho da CUT, falou sobre a motivação do movimento de greve no país: “Sabemos que existe uma crise econômica internacional, não é só no Brasil, mas que afetou profundamente a economia brasileira, e os banqueiros usam essa desculpa para não atender as reivindicações da classe. Um setor altamente lucrativo, não teve problema no setor financeiro, os juros estão altíssimos, os lucros continuam os mesmos e eles apresentaram uma proposta abaixo da inflação, insistindo em uma proposta de abono do ano passado”.
 De acordo com João Neto, o novo governo do país, que ele chama de 'golpista', pretende dar prosseguimento às ações iniciadas no período do governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Para ele, é preciso lutar contra essas medidas:
 “Em relação as mudanças que esse governo fará, os bancos serão os primeiros da lista. Nos anos 90 a tarefa exercida pelo então governo FHC em relação às privatizações não foi concluída. Ficou faltando o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia. Outro ponto que lutaremos é a favor do emprego.
Temos uma ameaça constante referente ás terceirizações, que é interesse exclusivo dos banqueiros. Eles fazem grande pressão junto ao Congresso Nacional para que o PLC 030 seja aprovado. Para quem não sabe do que se trata, é o antigo PL 4330 que trata da terceirização em todos os setores das empresas”  
Mais de 100 sindicatos realizaram assembleia nesta quinta-feira (01) e aprovaram a greve. Nesta sexta-feira (02) outros 34 sindicatos, incluindo o Sindicato dos Bancários do Piauí, analisaram as propostas da Fenaban e decidirram pelo início do movimento grevista. 



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