Bancários discutem Novas Tecnologias, Agência Digital e Papel do Delegado Sindical durante encontro
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30/11/-1 :» Gilson Alves Rocha :» NI
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Representantes das cidades de São João do Piauí, Esperantina, Uruçuí, Floriano, Curimatá, Piripiri, Oeiras, Água Branca e Teresina marcaram presença no Encontro de Delegados Sindicais realizado no dia 03/09, no auditório do Sindicato dos Bancários do Piauí. Este ano, o evento contou com a presença de Vivian Machado, economista e técnica do DIEESE, que falou sobre Novas Tecnologias Bancárias e Agência Digital, além de Marcos Vandaí, membro do Conselho Diretivo da Contraf-CUT, que esclareceu qual o Papel do Delegado Sindical.
A mesa de abertura foi formada pelo presidente e vice-presidente do SEEBF-PI, Arimatéa Passos e Odaly Medeiros, respectivamente, a primeira tesoureira, Francisca de Assis Araújo e Marcos Vandaí, da Contraf-CUT.
Em seu discurso, Odaly Medeiros avalia positivamente discutir o papel do delegado sindical principalmente por conta da atual conjuntura, não somente junto aos delegados, mas de todos os empregados de bancos e nesse momento de campanha salarial, “até porque eles têm esse papel importante de repassar a todos, especialmente, os delegados agentes multiplicadores e que estão dentro das agências no dia-a-dia, dai que a gente tem na base a segurança de uma organização para o enfrentamento desta campanha”, enfatiza.
Ele disse que, a partir deste encontro, “já saímos fortalecidos com o grito de guerra para esta greve começa neste dia seis de setembro”, pondera Odaly Medeiros, acrescentando que todo inicio de greve, os primeiros dias têm sempre uma boa adesão, mas nos demais as adesões vão acontecendo naturalmente na medida em que as pessoas percebem que a categoria busca unidade e um resultado coletivo, por essa razão, em experiência de anos anteriores, “a gente percebe que no quarto ou quito dia de greve chegamos a 70 por cento de paralisação, e este ano acho que a gente chega a 80 por cento de adesão nas ruas pedindo a garantia do emprego, a manutenção daquilo que já conquistamos e dentro deste conjunto de ações de cláusulas da nossa minuta está inserido o nosso índice de 15 por centro, verificando que a inflação está hoje em torno de 10 por cento e daqui para o fim de ano, na sua realidade vai muito mais que isso, embora queiram maquiar e dizer que não é isso, mas no conjunto como o todo, a categoria tem motivos de sobra para fazer greve”, pondera.
Na abertura do evento, a palestrante Vivian Machado disse que discutir sobre as novas tecnologias bancárias e agência digital na atual situação do Brasil, ela vê como um risco não somente para categoria, mas para população como um todo. “A questão da agência digital está sendo imposta a sociedade, causando uma pressão muito grande para os bancários que estão trabalhando nesse ritmo mais pesado e sobrecarregado, sem controle de jornada e do que estão fazendo, e a própria população que está sendo ‘empurrado’ pra isso sem querer, até porque muitos querem atendimento e falar com o bancário. Fora isso, as tecnologia têm que ser muito bem trabalhadas na questão da segurança porque existem fraudes e você está colocando a população em risco, dai a importância de discutir isso e alertar para onde a população está caminhando.
Decididos a substituir os trabalhadores por maquinas e acabar com a relação interpessoal, Vivian Machado conta que a ideia dos bancos é lutar pela ganancia pura, “ganhar cada vez mais, cobrando tarifas dos clientes que passam a fazer o serviço sozinho, já que terão um suporte menor, pois a visão dos bancos é reduzir os custos e aumentar as transações bancárias”, diz, comentando que a iniciativa do SEEBF-PI de discutir o tema é positiva, pois a presença dos bancos públicos no Nordeste é muito forte, sendo que esse processo já chegou ao Banco do Brasil e pode chegar à Caixa Econômica Federal e demais bancos. “É onde está a população que não quer ser atendida virtualmente. Ela quer ser atendidas pessoalmente, resolver suas coisas olho no olho”.
Por sua vez, Marcos Vandaí disse que o SEEBF-PI está de parabéns por ser fundamental abordar esse tema, uma vez que vincula o evento após a assembleia que deliberou – a exemplo de 100% dos bancários do Brasil - pelo indicativo de greve a partir do dia 6, “então, chamar os delegados é ter certeza de que o sindicato vai estar organizados na base e os delegados que são o elo primordial e fundamental”, explica.
O membro Conselho Diretivo da Contraf-CUT falou ainda que o encontro foi bastante organizado e com suposições bem feitas, “por se tratar de um debate que dá ao delegado sindical a garantia de que ele volta para o banco com mais segurança e mais capacidade de mobilizar de mobilizar e fazer uma luta forte”, avalia Vandaí.
Diante do grande número de novos bancários que ingressam no movimento sindical, Vandaí acredita que uma forma de mobilizar e chamar esse jovens é respeitando essa especificidade, uma vez que se trata de uma geração nova oriunda de uma outra conjuntura política e que entrou nos bancos em uma situação mais consolidada, mas que agora deve perceber e o sindicato tem o papel importante de chamar atenção de que a luta não é só por salário, nem condições de trabalho, mas em defesa do emprego, do papel social dos bancos – não somente dos bancos público - e trazer esses bancários para esta organização com esse sentimento”, acrescenta.
Sobre a Campanha Salarial nesse atual momento de crise, Vandaí esclarece que ela vai tomar outro rumo em função do que os banqueiros fizeram na história das negociações da categoria bancária, “principalmente porque nunca haviam colocado uma proposta com tanta antecedência, apresentar reposição só da inflação em torno de seis por cento e um abono de R$ 3 mil reais e cobrava do Comando Nacional que desse uma resposta. Então, foi submetido as assembleias para mostrar aos banqueiros e caracterizar essa iniciativa da Fenaban de desmobilizar a categoria, mas ao contrário disso, ela se fortalece”, conclui, mencionando que o cenário é desafiador.
O diretor João Neto também abordou a representação dos delegados sindicais nas regionais e da importância deles que servem de elo entre o SEEBF-PI e a categoria. “Temos muita luta pela frente e vamos fazer uma greve conversando com os colegas de trabalho”, diz. Já o também delegado sindical Marcus Vinícius deu sua contribuição para o evento particularizando o enfrentamento dentro de uma conjuntura política em que a organização e unidade são determinantes.
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