Em mais uma etapa do movimento grevista dos bancários, gerentes e outros detentores de função na Caixa aderiram à greve e paralisaram os trabalhos nesta quarta (05/10) em repúdio à falta de empenho da Fenaban em negociar com os bancários e pôr fim à greve, que completou 30 dias. Apesar de toda a pressão, no Piauí houve a paralisação e manifestação com diretores sindicais e comissionados em frente às agências da Caixa Econômica Federal. Em Teresina, comissionados paralisaram os trabalhos nas agências Areolino de Abreu e Conselheiro Saraiva, no centro da cidade.

De Assis, diretora sindical e membro da Fenae, explica que após a notícia de que alguns gestores no Pará e Maranhão aderiram à greve na segunda e terça feira, gerou um efeito cascata, o movimento se espalhou e no Piauí começou uma movimentação dos comissionados aderindo à greve. A diretora afirmou ainda que a greve é um direito, e uma atitude corajosa e necessária em um contexto de ataque às empresas públicas, em que todos devem lutar na defesa do emprego e melhorias nas condições de trabalho. “Hoje é uma nova etapa, as pessoas estão incomodadas com a situação. Os gerentes reclamam das condições de trabalho para cumprir as exigências e metas cobradas com um quadro funcional reduzido. E são pontos que a Fenaban nem discute. Os bancos públicos estão sendo pressionados a reduzir o seu quadro funcional, não há previsão de novas contratações, pessoas que já tem tempo de se aposentar estão sendo pressionadas a se aposentar e a redução do quadro de empregados nos dois últimos anos não foi reposta”, explica De Assis.  

Na agência da Caixa Conselheiro Saraiva, a adesão de comissionados foi ampla, com gerente de pessoa física, 9 assistentes e uma supervisora. Marina Vale, gerente pessoa física da agência Conselheiro Saraiva, comenta que em virtude da falta de respeito e intransigência dos banqueiros, decidiram entrar em greve, criaram um grupo e chamaram os colegas comissionados a aderir à greve. Para Marina, é importante que os colegas comissionados estejam cientes do desrespeito dos banqueiros e as medidas que estão impondo aos seus empregados da Caixa, como RH184, perda de função e não incorporação, perda de função sem abertura de processo administrativo, perda de função motivada entre outras. “Não aceitamos as condições atuais de trabalho que estamos, porque diminuiu a quantidade de empregados e aumentou a demanda de trabalho, não é permitido fazer hora extra e nós temos, a cada dia, mais clientes para atender no horário normal de banco, porque querem hora extra zero, pressionam para trabalhar muito e não permitem sequer condições de trabalho. A cada dia nós estamos mais sufocados, mais bancários adoecendo e temos que lutar contra isso e os colegas têm que estar atentos e entrar na luta. Que os banqueiros permitam um aumento decente e condições de trabalho decente”, afirmou Marina.

A diretora sindical e vice-presidente da Apcef, Hortência Catanhede, destacou a importância de lutar pela Caixa, que é um banco fundamental para o desenvolvimento social do Brasil e o quanto é simbólico esse momento em que comissionados em vários Estados compreendem e abraçam o movimento grevista. “Temos que lutar e reconhecer a importância da Caixa enquanto um banco público de fomento social. Reivindicar melhores condições de trabalho, contratações e garantias trabalhistas. Esse momento em que, mesmo sob pressão, muitos gerentes, supervisores e outros comissionados aderem à greve marca uma nova etapa, aumentando a adesão e fortalecimento do movimento”, afirmou Hortência.

 



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