Com ampla maioria dos votos, os bancários do Piauí aprovaram, em assembleia virtual, a proposta apresentada pela Fenaban (Federação dos Bancos) na Campanha Nacional deste ano. O acordo será de dois anos: garante, este ano, 1,5% de reajuste nos salários, mais abono de R$ 2 mil para todos e reposição da inflação (INPC estimado em 2,74%) nas demais verbas como VA e VR, bem como nos valores fixos da PLR. E para 2021, prevê 0,5% de aumento real para salários e demais verbas. Além disso, todas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria foram mantidas.

 

Concluímos uma etapa importante em defesa da nossa categoria. Nós tivemos noites, dias, fins de semana, debatendo em mesa defendendo uma pauta que foi aprovada nos nossos encontros a nível de Brasil, que essa categoria depositou toda a confiança nos membros do Comando Nacional. Nos esforçamos ao máximo nesse debate, um debate muitas vezes acirrado porque sabemos que os bancos são muito corporativistas, sempre buscam a exploração dos trabalhadores e esse foi um dos maiores desafios nessa conjuntura. Essa foi uma campanha das mais difíceis devido as várias adversidades, dentre elas a Pandemia. Queremos agradecer a todos os bancários e bancárias, na ativa ou aposentados, toda a nossa Diretoria e todos os envolvidos que se empenharam nesse resultado. Aprovamos em Assembleia todos os CCT e ACTs. Essa vitória é de todos nós!”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, Odaly Medeiros.

 

Os reajustes nos salários e vales, mais o abono de R$ 2 mil e a PLR dos bancários injetarão mais de R$ 8 bilhões na economia. Com a aprovação do acordo, a categoria recebe o abono já em setembro, assim como a antecipação da PLR.

 

A votação no Piauí ficou assim configurada:

 

- BANCOS PRIVADOS:

Total de Votantes: 660

Total de Votos: 281 (42,58% de participação)

Votos SIM: 269 (95,73%)

Votos NÃO: 10 (3,56%)

Abstenção: 2 (0,71%)

 

- BANCO DO BRASIL:

Total de Votantes: 1049

Total de Votos: 532 (50,71% de participação)

Votos SIM: 461(86,65%)

Votos NÃO: 68(12,78%)

Abstenção: 3 (0,56%)

 

- BANCO DO NORDESTE:

Total de Votantes: 410

Total de Votos: 212 (51,71% de participação)

Votos SIM: 184 (86,79%)

Votos NÃO: 26 (12,26%)

Abstenção: 2 (0,94%)

 

- CAIXA ECONÔMICA FEDERAL:

Total de Votantes: 1014

Total de Votos: 396 (39,05% de participação)

Votos SIM: 276 (69,70%)

Votos NÃO: 115 (29,04%)

Abstenção: 5 (1,26%)

 

Veja os principais pontos do acordo e em quais os bancos retrocederam:

– Manutenção de todas as cláusulas da CCT por dois anos

 

Proposta inicial: Fenaban queria retirar direitos da CCT, como a 13ª cesta alimentação, e queria mudar as regras da PLR, rebaixando seus valores.

 

Após negociação: Mantidos todos os direitos previstos na CCT, em acordo de dois anos (2020/2021)

 

– Reajuste de 1,5% + abono de R$ 2 mil; aumento de real em 2021

 

Proposta inicial: Fenaban insistia em reajuste ZERO

 

Após negociação: Reajuste de 1,5% para salários + abono de R$ 2 mil para todos, em 2020. Isso garante em 12 meses valores acima do que seria obtido apenas com a aplicação do INPC para salários até R$ 11.202,80, o que representa 79,1% do total de bancários (isso já considerando o pagamento de 13°, férias e FGTS). Para 2021: aumento real de 0,5% para salários e demais verbas, como VA, VR e auxílio-creche, e para valores fixos e tetos da PLR.

 

– VA, VR e auxílio-creche

 

Proposta inicial: Fenaban propôs reajuste ZERO para VA, VR e auxílio-creche.

 

Após negociação: este ano, VA, VR e auxílio-creche serão reajustados pela inflação (INPC estimado em 2,74%). Para 2021: VA, VR e auxílio-creche terão reposição da inflação do período + aumento real de 0,5%.

 

– 13ª cesta alimentação

 

Proposta inicial: Fenaban queria extinguir a 13ª cesta alimentação.

 

Após negociação: Mantida a 13ª cesta alimentação, com reposição da inflação em 2021 (INPC estimado em 2,74%). Para 2021: mantida a 13ª cesta alimentação, com reposição da inflação no período (1º de setembro de 2020 a 31 de agosto de 2021) + aumento real de 0,5%.

 

– PLR

 

Propostas iniciais: Fenaban apresentou 3 propostas que reduziam a PLR dos bancários em até 48%

 

Após negociação: Mantida PLR como está na CCT, e com reposição da inflação (INPC estimado em 2,74%) nos valores fixos e tetos. Para 2021: valores fixos e tetos com aumento real de 0,5%.

 

– Home office

 

Proposta inicial: Fenaban se recusou a negociar cláusula para melhorar condições de trabalho no home office.

 

Após negociação: Bancos se comprometeram em manter o home office até o final da pandemia. A Fenaban não concordou em colocar no acordo cláusulas sobre o controle da jornada de trabalho, sobre o ressarcimento de custos e a disponibilização da mobília adequada ao home office. Mas, mesmo sem um acordo geral sobre o tema, o Comando Nacional saiu com a sinalização de acordos específicos com alguns bancos.

 

– Contribuição negocial

 

Foi mantida a contribuição negocial de 1,5% do salário, com mínimo de R$ 50 e máximo de R$ 250, e 1,5% da PLR, com teto de R$ 210. A contribuição negocial, essencial para que os sindicatos possam fazer a luta, já havia sido aprovada pelos bancários nas conferências estadual e nacional e em assembleia do Sindicato.



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