No mesmo dia em que anunciou o lucro líquido ajustado de R$ 15,359 bilhões (que desconsidera resultados não correntes ou extraordinários), o maior de sua história, o Bradesco informou a Contraf-CUT nesta quinta-feira 29 que vai pagar a segunda parcela da PLR no dia 6 de fevereiro. Será PLR cheia, equivalente a 2,2 salários, limitado a R$ 21.691,82, descontados os valores antecipados na primeira parcela, no ano passado. 

Também será paga no dia 6 a PLR adicional, correspondente à distribuição de 2,2% do lucro líquido entre todos os trabalhadores da empresa, limitado a R$ 3.675,98, também descontado o que foi adiantado em 2014.

Bancou fechou 5 mil postos de trabalho em 2014

Apesar do crescimento do lucro do Bradesco ter sido de 25,9% em relação a 2013, o banco fechou 4.969 postos de trabalho em 2014, andando mais uma vez na contramão da economia brasileira, que no ano passado gerou 396.993 novas vagas.

Conforme análise do Dieese, o número de empregados da holding em dezembro de 2014 foi de 95.520, contra 100.489 funcionários em dezembro de 2013 , representando uma queda de 4,9%. Segundo o banco, a redução inclui a transferência de 2.431 funcionários da Scopus Tecnologia para a IBM Brasil, vendida em novembro do ano passado.
Mas além dos 4.969 postos de trabalho fechados em 2014, o Bradesco também encerrou as atividades de 15 agências e 100 PA's (Posto de Atendimento), enquanto os correspondentes bancários (Bradesco Expresso) cresceram em 3.155 unidades.

"O sistema financeiro brasileiro gera maior rentabilidade a cada ano, os números estão aí para comprovar. É inadmissível, portanto, o Bradesco fechar postos de trabalho e ainda trocar o profissional qualificado pelo correspondente bancário, que só engorda o lucro do banco com a terceirização, gerando prejuízos para a população e para os trabalhadores, com precariedade do trabalho e falta de segurança", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Em relação ao terceiro trimestre, o Bradesco registrou crescimento foi de 4,6%, com lucro de R$ 4,132 bilhões e retorno anual sobre o patrimônio líquido médio de 20,1% (2,1 pontos percentuais a mais do que em dezembro de 2013).

Operações de crédito

O levantamento do Dieese também aponta que as operações de crédito cresceram 6,5% em doze meses (2,5% no trimestre), atingindo um montante de R$ 455,1 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 8,2% em relação a 2013, chegando a R$ 141,4 bilhões, o que representa 31% do total das operações de crédito. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 313,7 bilhões, com elevação de 5,8% em comparação a dezembro de 2013, totalizando 69% do total do crédito.

Inadimplência

O Índice de Inadimplência superior a 90 dias manteve-se estável em relação ao 4º trimestre de 2013, ficando em 3,5% , no trimestre houve queda de 0,1 ponto percentual. O banco elevou suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 7,2% em 12 meses, atingindo montante de R$ 14,5 bilhões.

Receitas e despesas

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 12,0% em doze meses, totalizando R$ 21,8 bilhões. Já as despesas de pessoal subiram 10,7%, chegando a R$ 13,1 bilhões; com isso, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco ficou em 150,74% no 4º trimestre de 2014 (1,75 ponto percentual a mais do que em 2013).

Veja aqui os principais dados do balanço do Bradesco analisados pelo Dieese



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