A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, aprovou a realização do Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública. A mobilização no dia 27 de fevereiro, faz parte de uma série de ações que o movimento associativo e sindical tem realizado em todo o País para mobilizar os empregados e a sociedade contra qualquer tentativa de abertura de capital do banco.

"Defendemos a Caixa como um banco totalmente público, para seguir cumprindo seu papel de fomentar o crescimento econômico e social do Brasil. No dia 27, mobilizaremos os mais de 100 mil empregados e todas as entidades representativas. As orientações para essa data serão divulgadas em breve", afirma Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa e diretora de Administração e Finanças da Federação.

A Contraf-CUT, federações e sindicatos estão realizando debates sobre o tema em todo o País. Já foram realizadas discussões no Acre, Bahia, Ceará, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Foram agendados dois seminários, um em Pernambuco e o outro em Belo Horizonte, nos dias 10 e 23 de fevereiro, respectivamente.

A deputada federal Erika Kokay (PT/DF), que também é empregada da Caixa, confirmou a realização de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, no dia 25 de fevereiro, para discutir a abertura de capital do banco. Os membros da CEE/Caixa também avaliaram como importante levar a defesa da Caixa 100% pública para a Marcha dos Trabalhadores, convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelas demais centrais sindicais para 26 de fevereiro.

GDP

A CEE/Caixa reforçou a posição contrária ao programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP). Para a comissão, trata-se de um gancho para a privatização do banco.

"A medida está baseada em conceitos e práticas questionáveis dos maiores bancos privados. Ela também ameaça conquistas históricas da categoria como a promoção por mérito e a PLR Social", alerta Genésio Cardoso, diretor da Fetec-PR e integrante da CEE/Caixa.

Ficou definido que será publicada uma cartilha sobre o GDP. "O objetivo é distribuir esse material para os empregados da Caixa, a fim de que todos saibam porque somos contra o programa. Essa é uma atrocidade imposta no ano passado pela direção da empresa. Não vamos aceitar esse absurdo, que representa a individualização das relações de trabalho", acrescenta Fabiana Matheus.

Isonomia

Na reunião dessa quarta-feira, os membros da CEE/Caixa também fizeram uma análise das resoluções do terceiro Encontro Nacional de Isonomia, realizado em agosto do ano passado, em Brasília. As federações firmaram o compromisso de avaliar as propostas de forma mais detalhada para definir quais serão os próximos encaminhamentos.

O ponto considerado mais urgente é a recolocação do projeto de lei nº 6.259/2005, que prevê isonomia entre os empregados da Caixa, do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste e do Banco da Amazônia. A Federação dos Bancários da Bahia e de Sergipe (Feeb/BA-SE) se comprometeu a entrar em contato com o deputado Daniel Almeida (PCdoB/BA), um dos atores do PL, para buscar mais informações sobre esse processo.

As entidades que integram a CEE/Caixa farão um levantamento dos parlamentares dos respectivos estados que poderão apoiar o projeto de lei da isonomia.

Outros pontos

Foram repassados informes sobre a reunião da comissão paritária criada para debater e formular uma proposta de critérios para promoção por mérito em 2015.

A CEE/Caixa reafirmou o posicionamento manifestado pelos representantes dos trabalhadores de não aceitar a vinculação das regras ao cumprimento de metas, proposta que foi levantada pelos interlocutores da empresa.

Os membros da CEE/Caixa também avaliaram as discussões do GT Saúde sobre a utilização do superávit do Saúde Caixa. O Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2015 estabeleceu como prazo-limite a data de 15 de dezembro para que o GT concluísse o debate, o que não aconteceu, porque o banco não repassou as informações necessárias. Foi repactuado um novo prazo, até 15 de abril.

Foi debatida também a implantação dos projetos-pilotos dos Fóruns Regionais de Condições de Trabalho em São Paulo e Paraná. Esses fóruns têm por objetivo debater problemas relacionados à jornada de trabalho, assédio moral, segurança e estrutura das unidades, buscando propostas para solucioná-los. Os projetos-pilotos serão instalados também em Brasília, Campinas e Fortaleza.

A CEE/Caixa fez ainda uma discussão sobre os temas que deverão ser debatidos durante o 31º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), sem data definida.

Mesa permanente

Está agendada para o dia 19 de março a primeira reunião do ano da mesa de negociação permanente com a Caixa. A pauta ainda será definida.



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