Teletrabalho: Caixa faz proposta prejudicial aos empregados; CEE recusa
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17/08/2022 :» Leal Comunicação & Assessoria :» Geral
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A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal recusou, em mesa de negociação, a proposta sobre teletrabalho apresentada pelo banco em reunião ocorrida na última terça-feira (16). Ao invés de retomar os debates e os pontos que já haviam sido acordados entre as partes antes do início da Campanha Nacional dos Bancários, o banco retrocedeu, se recusou a pagar ajuda de custo aos empregados que trabalhem remotamente (home office) e quer vincular as mesmas regras da criação de banco de horas para este grupo com aqueles que trabalham presencialmente.
“Sabemos que há interesse de muitos empregados em trabalhar remotamente, mas o banco quer que o trabalhador assuma todos os custos que têm a mais com energia elétrica, internet e todos os demais. Essa proposta não passa pelos empregados e a recusamos em mesa”, disse o coordenador da CEE, Clotário Cardoso, lembrando que a Caixa já havia aceitado dar ajuda de custo para os trabalhadores que exerçam suas atividades em casa. “Simplesmente quiseram deixar de lado o que já havia sido acordado em nossas negociações e estavam propondo que a gente aceitasse pontos que são prejudiciais aos trabalhadores”, completou.
A proposta da representação dos empregados é que a Caixa garanta todos os direitos dos(as) empregados(as) que trabalham presencialmente àqueles(as) que exerçam suas funções em regime de teletrabalho, bem como o registro de ponto, a remuneração das horas extras, além dos direitos e garantias previstos na minuta entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), com ajuda de custo pelos gastos hoje assumidos pelos trabalhadores (energia, internet, água etc.).
“Na mesa única com os demais bancos, houve avanço nas negociações sobre as propostas para o teletrabalho”, lembrou a representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi/RS), Rachel Weber.
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“A Caixa quer se aproveitar do interesse dos empregados pelo trabalho remoto para jogar sobre as costas deles os custos que eles passaram a ter em suas residências. E, sem contar que o banco deixou de ter os custos que tinha quando os empregados trabalhavam nas suas dependências”, reforçou o representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Santa Catarina (Fetrafi/SC), Edson Heemann.
Dados da 2ª Pesquisa Nacional sobre Home Office dos Bancários, realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que durante o período de home office realizado em decorrência do isolamento da pandemia de covid-19, os gastos dos trabalhadores em suas residências com energia elétrica aumentaram 86,5% ; com supermercado, 73,4%; com internet, 50,4%; com conta de água, 55,5% (veja outros números no gráfico).
A Caixa queria estabelecer um banco de horas com prazo de compensação de seis meses, tanto para quem trabalha remotamente quanto para quem trabalha presencialmente. Na proposta negociada anteriormente, o banco aceitava pagar ajuda de custo e o banco de horas era apenas para quem trabalhar remotamente. Além disso, o prazo era de dois meses para compensação. Caso não houvesse folga neste prazo, o banco teria que pagar pelas horas trabalhadas a mais.
O representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários da Bahia e Sergipe (Feeb-BA/SE), Emanoel de Souza, lembrou que “em negociações realizadas anteriormente, já havia sido acordado, inclusive validado pelo pessoal do Jurídico da Caixa, que no presencial, não seria criado banco de horas. Quem está no presencial deve receber pelas horas trabalhadas a mais”.
“A Caixa quer criar banco de horas para o presencial porque há sobrecarga de trabalho. Ao invés de contratar mais para não haver necessidade de os empregados trabalharem além do horário, estão querendo normalizar a sobrecarga sem ter que pagar pelas horas trabalhadas”, disse o representante da Federação dos Bancários do Estado do Rio de Janeiro (Federa/RJ), Rogério Campanate.
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