Carlos Vasconcellos

 

Imprensa SeebRio

 

As centrais sindicais realizaram nesta segunda-feira, 1º de Maio, o ato nacional unificado em celebração ao Dia do Trabalhador. O evento foi marcado pela retomada da esperança com a vitória da democracia nas eleições de 2022 e a superação da tentativa de golpe em janeiro deste ano. A data marca também esforços do novo governo, que dialoga com os trabalhadores, para a reconstrução do Brasil, no difícil desafio de garantir a retomada do desenvolvimento econômico, geração de empregos e renda e combate à fome, bem como a preservação ambiental e avanços dos direitos trabalhistas.

 

A festa no Rio

 

No Rio de Janeiro, a comemoração aconteceu no Parque de Madureira, na Zona Norte. Com entrada gratuita, o evento teve serviços para a população, como oportunidades de emprego e orientação de currículos, cursos, posto de vacinação, cadastro único para programas sociais e uma feira cultural. Aconteceu ainda, um culto ecumênico e prestação de serviços pelo INSS e Ministério da Previdência Social.

O evento foi organizado pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), em parceria com a Prefeitura do Rio. 

No final da tarde, teve boa música para descontrair os participantes do evento, com o sambista Diogo Nogueira e o grupo feminino Moça Prosa.

 

Críticas às privatizações

 

O presidente da CUT-RJ (Central Única dos Trabalhadores), Sandro Cezar, criticou as privatizações promovidas por governos de direita no país e no Estado do Rio. 

“O trabalhador e a trabalhadora é quem sofre com o transporte urbano aqui no Rio de Janeiro, nos trens, nos ônibus, tudo privatizado. Depois dizem que a privatização é que resolve tudo, na verdade, não resolve nada”, disse, referindo-se ao fato de o grupo que controla a SuperVia ter devolvido ao governo do Estado, a concessão, em reunião com o governador Cláudio Castro (PL-RJ). A empresa operava a malha ferroviária desde 1998. Em 2019, a concessão passou a ser explorada pelo grupo japonês Gumi (Guarana Urban Mobility Incorporadet), de proriedade das empresas Mitsui e West Japan  Raiway Company e de um fundo de investimento daquele país. A devolução se dá em meio a uma crise no transporte ferroviário e, após ganhar muito dinheiro, o grupo concessionário deixa de lado o compromisso social com a população fluminense.

O Brasil está na contramão do que ocorre nos países mais desenvolvidos, como em nações da Europa, que reestatizaram mais de 800 empresas privatizadas nos anos 80 e 90.

Sandro lembrou ainda que, após seis anos sem aumento, o governo Lula anunciou aumento real para o salário mínimo.

“O maior patrimônio que uma nação pode ter é o seu povo. Viva a classe trabalhadora, viva o povo brasileiro e do Rio de Janeiro”, destacou o sindicalista.

 

Participação dos bancários

 

O movimento sindical bancário também esteve presente na organização do evento e também na atividade comemorativa.

 “Estamos aqui nesta celebração do 1º de Maio, em Madureira, para comemorar as conquistas da classe trabalhadora porque nada veio de graça, mas todos os direitos são fruto das mobilizações e negociações dos sindicatos, da organização coletiva dos trabalhadores. Nós bancários e bancárias queremos ampliar o diálogo com todas as demais categorias no desafio de defendermos a democracia, a igualdade de oportunidades e a justiça social. Viva o Dia das Trabalhadoras e dos Trabalhadores”, disse a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Kátia Branco, que exaltou ainda a unidade das centrais sindicais.

 

Lula em São Paulo

 

A presença do presidente Luís Inácio da Silva marcou a festa do Dia do Trabalhador no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, que anunciou o aumento do salário mínimo acima da inflação, que vai para R$1.320, após seis anos sem ganho real.

 “Daqui pra frente o trabalhador receberá além da inflação, a média do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) como nós fazíamos quando fui presidente até 2010, em que o salário mínimo cresceu até 74%”, ressaltou.

“Quando o salário mínimo aumenta quem ganha não é só o trabalhador.  Ganha o cidadão do comércio, ganha o cidadão que vende cachorro-quente. Porque o trabalhador tendo mais dinheiro ele compra mais, ele comprando mais o comércio vai gerar mais emprego”, acrescentou, lembrando que o ganho dos trabalhadores faz “a roda gigante da economia” girar novamente.

“Até os mais ricos ganham com aumento do salário mínimo”, completou Lula, que celebrou ainda, o Projeto de Lei de seu governo, que estabelece igualdade de salários entre mulheres e homens que ocupam a mesma função profissional nas empresas. 

O presidente da República voltou a criticar a gestão de Roberto Campos Neto a frente do Banco Central, associando a manutenção dos juros altos ao desemprego e a crise do país.

 



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