Tema recorrente no mercado de trabalho que precisa ser amplamente debatido e combatido, o “Assédio moral e sexual nas relações de emprego” foi o tema da palestra promovida pelo Sindicato dos Bancários do Piauí (SEEBF/PI), no último sábado (17/06). A palestra (também transmitida pelos canais de comunicação do Sindicato) foi conduzida pela Auditora Fiscal do Trabalho, Cristiane Adad, que apresentou, de forma detalhada, o tema, destacando a importância do sindicato como entidade de proteção do trabalhador e trabalhadora no combate a essas práticas abusivas.

 

 

O presidente do SEEBF/PI, Odaly Medeiros, ressaltou que a palestra foi muito proveitosa, sobre um tema que, infelizmente, é recorrente no setor bancário. E anunciou que o tema também será debatido no Encontro Estadual da categoria, para ampliar essa discussão e conscientização sobre o tema junto à categoria.

 

 

“Os colegas que estão no dia a dia, na base, enfrentam muitos desafios, metas, e através disso vem o assédio. Quando o trabalhador e a trabalhadora são assediados a tendência é adoecer, e é também uma doença quando você começa a assediar. O assediador age de forma desproporcional à demanda. Aquilo que as pessoas têm como meta para cumprir no dia, eles dobram, e isso termina levando ao adoecimento. Na maioria das vezes a doenças mentais que geram prejuízos não só para o trabalhador, mas para a própria empresa que tem o afastamento do trabalhador por motivos de doença”, afirmou Odaly Medeiros.

 

 

Debater e conscientizar

A Auditora Cristiane Adad parabenizou a iniciativa do Sindicato de debater o assunto, levando essas informações para a conscientização da categoria. “O trabalhador muitas vezes nem se sente assediado, mas ele é. Ou ele se sente, sabe que é, mas tem medo de fazer referência a isso. Então, a informação partindo do sindicato é muito importante, pois passa para os trabalhadores a importância deles, como o sindicato se preocupa com eles, porque eles estão se preocupando com algo que é grave. E se é grave pertence a toda a categoria. Achei muito interessante foi eles procurarem, e, na medida em que procuram e o sindicato age, isso traz confiança nos dirigentes sindicais da categoria”, avaliou Cristiane Adad.

 

 

Outro ponto destacado é que o assédio é uma forma doentia que está dentro da própria estrutura bancária, em que os gerentes são forçados a bater metas e eles pressionam os próprios colegas, que se pressionam entre si.

 

 

“Se a gente age de forma individualizada para combater algo de uma estrutura você não consegue. Se sente impedido, até por medo de perder o emprego. A única forma de combater o assédio de forma efetiva é trabalhando em grupo, porque não sou eu que estou denunciando, é o sindicato. O assédio precisa ser um ponto de partida para que os trabalhadores entendam da necessidade de agirem coletivamente, dado que o assédio dentro da estrutura bancária é colocado como meio de funcionamento da própria estrutura. O gerente é pressionado, que pressiona os que estão subalternos a ele, colegas se pressionam entre si. É uma verdadeira doença coletiva que só pode ser combatida coletivamente”.

 

 

O diretor Jurídico do SEEBF/PI, Igor Brasileiro, comentou sobre a necessidade de se debater o tema, visto o aumento das ocorrências, ano após ano, que chegam ao Sindicato dos Bancários do Piauí, além daquelas que não chegam por conta do medo, do receio da perseguição e pelo descrédito nos canais de denúncias, como as ouvidorias.

 

 

“São dados que não representam a realidade, porque a maioria dos casos não chega ao conhecimento das autoridades que investigam. Como dirigente sindical me vi na obrigação de buscar essa conscientização do trabalhador bancário de como acontece o assédio, porque acontece de forma velada, sutil, e ocorrem repetidas vezes. Promovendo essa conscientização faz com que o trabalhador e trabalhadora se vejam na obrigação de denunciar esse tipo de comportamento, de coibir esse tipo de atitude. O Sindicato como uma entidade coletiva promove esse debate para incentivar a pessoa a buscar os seus direitos. Buscamos, como entidade sindical, defender a dignidade da pessoa humana do trabalhador bancário”, reforçou Igor Brasileiro.

 

 

A palestrante também ressaltou a importância da conscientização também sobre o assédio horizontal entre os colegas. “A conscientização de que ele não pode ser assediado, mas também não pode assediar os colegas. Embora a gente fale pouco, esse assédio horizontal entre os colegas é muito comum. A consciência de que eu tenho que denunciar o assédio, também me faz lembrar que não posso assediar outro colega”, concluiu a auditora fiscal do trabalho, Cristiane Adad.

 

 

Confira aqui o conteúdo apresentado na palestra

Clique aqui e assista a transmissão da palestra



Fonte João Henrique Vieira / SEEBF/PI tags:» SEEBF/PI, Saúde, Assédio, Palestra, Live, Jurídico






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