Debater questões raciais e lutar para alcançar mais espaço para pessoas negras em todo o sistema financeiro são bandeiras do movimento sindical bancário. No VII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado em Porto Alegre (RS), no último dias 10 e 11 de novembro, foram aprovadas 06 medidas de incentivo à diversidade no setor – em banco, financeiras e empresas de cartão de crédito.

 

O diretor do Sindicato dos Bancários do Piauí e secretário de Igualdade Racial da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste, Arimatea Passos, esteve presente ao evento, que debateu com profundidade as várias perspectivas e desafios das questões raciais no setor financeiro brasileiro, que infelizmente ainda reproduz uma desigualdade racial estrutural que precisa ser superada, e ressaltou as deliberações do Fórum para o combate à discriminação racial no setor.

 

 

“Cada Fórum desses se torna um avanço. Lá nós escrevemos a Carta de Porto Alegre, que será enviada aos bancos. Outra deliberação importante é que buscaremos incluir nas negociações do próximo ano pautas que sejam potentes e justas para as pessoas negras. Nos bancos públicos já temos as cotas raciais, mas nos bancos privados não. Queremos colocar uma cláusula obrigando os bancos privados a também terem cotas raciais”, disse Arimate Passos.

 

O diretor Arimatea explicou ainda que, em relação aos bancos públicos, o objetivo é fazer uma negociação no sentido de que a igualdade de oportunidade não fique só no papel, mas que de fato funcione e as pessoas negras possam ter igualdade de oportunidade também nos cargos de direção.

 

“Queremos ascensão em igualdade de oportunidade de fato. Ter a mesma oportunidade de fazer testes, cursos com as mesmas chances de oportunidade de poder chegar onde se pretende chegar. É muito importante isso. O Brasil tem essa dívida histórica devido ao período escravocrata. E mesmo com o fim da escravidão os negros e negras não tiveram apoio, foram jogados ao léu. Temos hoje uma política de contas, mas queremos que essa política afirmativa continue e aconteça em todo o sistema financeiro”, afirmou Arimatea.

 

Outro ponto destacado pelo diretor Ariamtea é também a importância desse debate dentro do movimento sindical bancário. “Pretendemos que esses Fóruns e debates aconteçam também dentro dos sindicatos, da Federação, Confederação. Que esse debate venha para dentro e que ele possa ter um bom aproveitamento na Diretoria do sindicato. Que haja de fato no país uma igualdade de oportunidade para as pessoas negras que até hoje sofrem preconceito e que possamos construir uma sociedade igual pra todos e todas”, concluiu Arimatea Passos.

 

 

Para alterar essa realidade, os participantes do Fórum aprovaram:

 

  1. Programa de incentivo a empresas que aderirem a um programa de inclusão racial corporativo;
  2. Criação de um protocolo de intenções entre o Ministério de Igualdade Racial, Ministério da Educação e Cultura (MEC) e bancos públicos, para promover a inclusão de bolsistas do Prouni (Programa Universidade para Todos) no programa de estágios;
  3. Debater junto aos bancos um novo Censo da Diversidade;
  4. Propor na mesa de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a reserva de 30% das cotas raciais para contratação de empregados em bancos privados;
  5. Propor na mesa de negociação com a Fenaban a reserva de 30% das cotas raciais nos cargos de confiança dos bancos privados; e

Propor protocolo de intenções entre o Ministério da Igualdade Racial e bancos públicos para promover a reserva de 30% para cotas raciais dos cargos de confiança dos bancos públicos, atendendo o Decreto 11.443/2023, que dispõe sobre o preenchimento por pessoas negras de percentual mínimo de cargos em comissão e funções de confiança no âmbito da administração pública federal.



Fonte João Henrique Vieira / SEEBF/PI (Com informações Contraf-CUT) tags:» SEEBF/PI; Fetrafi/NE; Igualdade Racial; Visibilidade Negra; Fórum; Direitos






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