O  mote da Campanha Nacional Unificada 2015 está profundamente relacionado à rotina dos bancários: a exploração a que estão expostos esses trabalhadores, todos os dias, não tem perdão. E a questão do emprego está na origem de tantos problemas. Não à toa essa é a prioridade da categoria este ano e o primeiro tema a ser debatido entre o Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) na quarta 19.

“Os bancos, que lucram tanto, demitem milhares de trabalhadores todos os anos. Isso tem de acabar”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. Juntos, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC, Safra, Banco do Brasil e Caixa lucraram R$ 61,2 bilhões em 2014. Neste primeiro semestre, os balanços já divulgados (Itaú, Bradesco, Santander e BB) dão conta de resultados na casa dos R$ 29,8 bilhões, crescimento de 20% em relação a mesmo período do ano passado. Para os empregos, no entanto, curva descendente: 5.004 postos a menos em 2014 e 2.795 no primeiro semestre de 2015.


“O resultado disso não poderia ser diferente: bancários sobrecarregados, pressionados, adoecidos, clientes insatisfeitos, e um setor que não atende ninguém na sociedade, a não ser os acionistas”, critica a dirigente.

Outros dados dos balanços comprovam esse quadro de exploração: as receitas de prestação de serviço batem a casa dos R$ 107 bilhões – trabalho bancário em sua essência – cobrindo toda a folha de pagamento desses maiores bancos e, em média, sobra ainda 30%.  

Nas principais instituições, o aumento de gastos com pessoal sequer reflete o reajuste de 2014, de 8,5%. Relação direta com o saldo de emprego que caiu e com o fechamento de agências. “Esses são alguns dos números que levaremos aos bancos para reforçar nossas reivindicações: queremos o fim das demissões, da terceirização que retira direitos, mais contratações”, reforça a presidenta do Sindicato (veja mais ao lado).


Tecnologia – O movimento sindical quer, ainda, fazer parte das discussões sobre como as novas tecnologias afetam o emprego e os serviços prestados. “Os ganhos com esse tipo de avanço têm de ser revertidos para a sociedade. Isso está previsto em acordos, como na Itália e Holanda, e em lei, como na Alemanha. São demandas plenamente factíveis que tornariam o sistema financeiro mais saudável para todos, inclusive cumprindo a função social de atender bem à população, como concessões públicas que são”.



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