A Contraf-CUT, federações e sindicatos assinaram com a Fenaban nesta terça-feira (3), em São Paulo, a 24ª Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), resultado de 21 dias de paralisação que garantiu reposição integral da inflação e aumento real. Ainda nesta tarde, foram assinados os acordos aditivos específicos com o Banco do Brasil, com a Caixa, com o BNB, com HSBC e com o Itaú.
Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, comemora o fim de um difícil processo de negociação. “Foi uma campanha duríssima, quem sabe a mais dura destes vinte anos. Houve uma mudança de posição da Fenaban com relação ao processo de acordo. Enfrentamos ainda uma conjuntura absolutamente desfavorável, mas, em contrapartida, uma maior unidade, maior determinação dos bancários e das bancárias”, exaltou.
“Hoje todos os sindicatos do Brasil estão assinando um acordo, no qual evitamos que nosso salário fosse reduzido e conseguimos manter um ciclo de ganho real. Claro que o ganho real não era a expectativa dos trabalhadores e das trabalhadoras. A nossa pedida era 5,7% de aumento real, não conquistamos. Mas, pense o que seria para a nossa categoria se o reajuste tivesse sido os 5,5% apresentados inicialmente pelos banqueiros, um desastre. A unidade e a determinação evitaram este desastre. Foi uma luta heroica para manter o acúmulo de conquistas para a campanha do ano que vem. Para isso, nos organizamos e a próxima será melhor, como a última foi mais heroica que a anterior. Com esse espírito de unidade e determinação é que vamos começar a campanha de 2016”, completou.
Juvandia Moreira, vice-presidente da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional, disse que a 24º Convenção Coletiva de Trabalho marcou mais um ano de conquistas para os bancários. “Nossa união foi fundamental para avançarmos na negociação com os bancos. Somos a única categoria que tem uma convenção nacional, referência para a classe trabalhadora. Esperamos que outras categorias mantenham a unidade e conquistem acordos com validade para todo o Brasil.”
As conquistas dos bancários na Campanha 2015
Reajuste: 10%.
Pisos: Reajuste de 10%.
- Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.377,62
- Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.976,10
- Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.669,45 (que inclui R$ 470,75 de gratificação de caixa e R$ 222,60 de outras verbas de caixa).
PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 2.021,79, limitado a R$10.845,92. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$ 23.861,00.
PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 4.043,58.
Antecipação da PLR até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva: na regra básica, 54 % do salário mais fixo de R$ 1.213,07 limitado a R$ 6.507,55. Da parcela adicional, 2,2 % do lucro líquido do primeiro semestre, limitado a R$2.021,79. O pagamento do restante será feito até 01 de março de 2016.
Auxílio-refeição: de R$ 26 para R$29,64 por dia.
Cesta-alimentação: de R$ 431,16 para R$ 491,52
13ª cesta-alimentação: de R$431,16 para R$491,52
Auxílio-creche/babá: de R$ 358,82 para R$ 394,70 (para filhos até 71 meses). E de R$ 306,96 para R$ 337,66 (para filhos até 83 meses).
Requalificação profissional: de R$ 1.227,00 para R$1.349,70
Saúde – A Fenaban apresentou um termo de entendimento a ser assinado entre os cinco maiores bancos e o movimento sindical para tratar de ajustes na gestão de pessoas das instituições para prevenir os riscos de conflitos no ambiente de trabalho.