O Fórum Nacional Permanente de Direitos e Liberdades Sindicais realizou a I Jornada de Liberdades Sindicais do Piauí dia 08/04, no auditório do Tribunal Regional do Trabalho - EJUD-22, em Teresina. O evento que é coordenado pelo desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, Francisco Meton Marques de Lima, reuniu diversas lideranças e entidades trabalhistas e sindicais focadas no propósito de unir a fortalecer leis trabalhistas e movimento sindical em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Na abertura, o desembargador Francisco Meton fez um breve histórico das lutas e conquistas de direitos trabalhistas, ressaltando que neste momento a sociedade precisa de posicionar. “É absolutamente antissocial, é contra o povo brasileiro. Faz-se uma campanha de que é pra consertar o país, mas o que se vê é uma campanha de apropriação do país por um grupo cada vez mais restrito”.

O evento começou com a Mesa “As liberdades sindicais no cenário atual do Brasil”, presidida pelo desembargador Francisco Meton, e composta por pela senadora Regina Sousa; Gérson Marques de Lima, procurador do Trabalho da 7ª Região; Clóvis Renato, advogado e professor universitário, e Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Regina Sousa falou da importância de o evento acontecer num momento de tamanha intolerância e atentado aos direitos e leis trabalhistas, em que se volta a lutar por bandeiras da década de 80, e lembrou que “toda democracia, por mais frágil que seja é melhor que qualquer ditadura”.

A senadora fez referência  quanto pautas que estão sendo votadas às pressas e que enfraquecem os direitos e leis trabalhistas, a exemplo da PEC da Terceirização, PEC do Negociado pelo Legislado, Trabalho Escravo e outras pautas que atentam aos direitos dos trabalhadores. “A intenção é se criar um fórum permanente de debate por que se os trabalhadores não começarem a discutir as suas questões, quando menos pensarem, estarão engolidos de novo, porque está se repetindo. Estou me vendo lutando pelas mesmas bandeiras da década de 80. O movimento sindical está enfrentando de novo, agora, e mais fragilizado, por desatenção. Não olhou bem o que estava acontecendo e o capitalismo e patrões foram avançando e estão legislando contra a organização dos trabalhadores. A Terceirização e o Negociado Sobre o Legislado são dois projetos que destroem a classe trabalhadora”, enfatizou Regina Sousa.

Por sua vez, Vagner Freitas falou sobre a perseguição aos governos populares ao longo da história de lutas trabalhistas no Brasil e América Latina e do momento perigoso que o país vive. “Estamos vivendo um atentado à democracia e a bola da vez é o movimento sindical. Estão criminalizando o movimento sindical”, pondera.

O presidente da CUT também se referiu a perseguição crescente aos direitos dos trabalhadores e liberdades sindicais. “Hoje se busca criminalizar a atividade sindical. É o ódio de classe que se vê. Preocupa-me a Lei Antiterror, a não organização e o individualismo contra o coletivo. Esse pensamento que tentam empurrar, de que não existe patrão e empregado, criando o conceito de gestor-colaborador, coloca em xeque a ideia de organização trabalhista”, diz taxativo.

Seguindo a programação, o Procurador do Trabalho Gérson Marques de Lima também comentou sobre a necessidade de o movimento sindical ter uma personalidade de defesa dos trabalhadores, pois estão fragilizando as instituições trabalhistas e, agora, os sindicatos.

O evento marcou um momento de união e sintonia entre variadas correntes sindicais, pondo em primeiro lugar a luta das várias entidades sindicais por direitos trabalhistas e sindicais.



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