O Itaú Unibanco anunciou nesta segunda-feira (31) que registrou lucro líquido de R$ 5,394 bilhões no terceiro trimestre de 2016, depois de atingir R$ 5,518 bilhões no trimestre anterior: uma queda de 2,2%. No mesmo período de 2015, os ganhos haviam atingido R$ 5,945 bilhões, uma baixa de 9,2%.

Em termos recorrentes, o lucro foi de R$ 5,595 bilhões no período, queda de 8,94% ante igual período de 2015.

Marcelo Kopel, diretor de relações com investidores do Itaú Unibanco, disse em teleconferência realizada após a divulgação do balanço que considera um "bom resultado". "A gente esperava que fosse um ano de contração de resultado", afirmou, acrescentando que a queda no lucro "faz parte do ambiente em que a gente está inserida". Kopel citou ainda desafios em um "cenário de economia desacelerada".

Os maiores declínios foram nas carteiras de veículos, repasses dos BNDES e financiamento à exportação, enquanto as linhas imobiliária (+11,5%) e de cartão de crédito (1,3%) foram as únicas a registrar expansão.

Ainda assim, o banco teve margem financeira 6,7% maior na comparação com o trimestre anterior, a R$ 17,7 bilhões, por ter repassado taxas maiores a clientes e aos resultados positivos da tesouraria.

O índice de inadimplência das operações de crédito vencidas acima de 90 dias atingiu 3,9%, 0,3 ponto percentual maior ante o trimestre anterior e 0,9 ponto maior em 12 meses.

Segundo o Itaú Unibanco, essa alta refletiu uma operação de uma empresa de grande porte no Brasil, cujo nome não foi revelado. Sem isso, o índice teria ficado estável.

De todo modo, a provisão feita pelo banco para perda esperada com calotes somou R$ 6,169 bilhões, queda de 2,7% na comparação trimestral e alta de apenas 2,9% sobre um ano antes.

Marcelo Kopel afirmou que o comportamento dos índices de inadimplência e a continuidade da queda da Taxa Selic são determinantes para a queda dos juros aos consumidores. Ele apontou que existem "comportamentos diferentes" em relação à inadimplência.

"De pessoas físicas, tivemos dois trimestres consecutivos de redução", disse ele, apontando que essa pode ser uma "tendência" de reversão da alta na inadimplência. "Na parte de pessoas jurídicas, as pequenas e médias empresas tiveram crescimento na inadimplência. Nas grandes empresas, a gente viu o indicador se estabilizar."

Em outra frente, o Itaú Unibanco viu suas receitas com prestação de serviços subirem 7,7% sobre o terceiro trimestre de 2015, a R$ 7,825 bilhões.

O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido anualizado foi de 19,9% no período, queda ante os 20,6% do trimestre anterior e dos 24,1% de um ano antes.

O banco manteve suas previsões de resultado para 2016.

 



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