Resistir e fazer a defesa contra os ataques aos bancos públicos é a missão da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos lançada na terça-feira (13/06) no Senado Federal, em Brasília (DF), durante o seminário Estratégias Para Financiar o Desenvolvimento, que reuniu representantes da Contraf-CUT, Fenae, parlamentares, sindicatos, federações de trabalhadores, movimentos sociais e universidades. O senador Lindbergh Farias (PT/RJ) é o autor do projeto que criou a Frente, que será integrada por representantes do Senado, Câmara e dos movimentos sindical, social e associativo.  

Com a Frente se busca ampliar a discussão sobre a importância de fortalecer os bancos públicos como instrumento de fomento ao crédito e políticas sociais para o país, tanto nos Estados quanto nos municípios. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí (SEEBF-PI), Arimatea Passos, será feito no Piauí o mesmo debate. “Todos os presentes fizeram um alerta em defesa dos bancos públicos. Daí foi construída uma agenda que vai seguir um calendário nacional. Nós iremos fazer um comitê aqui em Teresina, já iniciamos o diálogo com alguns deputados da base parlamentar do Piauí, como o deputado Assis Carvalho, que estava presente. Agendamos uma reunião para a criação desse comitê no âmbito local, mas ainda não tem data marcada”, informou Arimatea.

Durante o Lançamento da Frente, o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, reafirmou a importância de bancos públicos fortes. “Os bancos públicos também existem para corrigir falhas do setor privado. Fomentar o crédito é papel do Banco Público, isso já resume esse debate. É inquestionável a importância do banco público”, afirmou.  A senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) ressaltou a importância dos Bancos Públicos. “Não se faz investimento e consumo de bens duráveis sem crédito. Ressaltamos a importância dos bancos públicos e continuamos na resistência contras as reformas trabalhistas”.

Já o deputado Zé Carlos (PT/MA), que coordena a Frente na Câmara, frisou a necessidade de defender as instituições. “Estamos sofrendo um tsunami nas instituições públicas com a precarização do trabalho, reformas prejudiciais à população e desmonte de instituições de representantes sociais. Cabe a nós mais esse embate”, disse o deputado. Já a deputada Erika Kokay (PT/DF) lembrou que esse desmonte fragiliza o país. “Para um governo que não tem um programa de desenvolvimento nacional, não tem sentido a existência de bancos públicos, que são instrumentos estratégicos importantes para o desenvolvimento social e econômico”.

Estratégias Para Financiar o Desenvolvimento

Durante o Seminário foi amplamente debatido o papel dos bancos públicos para o desenvolvimento do país. A vice-presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, expôs a importância dos bancos públicos especialmente para a população mais pobre. “Não dá para falar de desenvolvimento sem crédito e sem crédito não há emprego. Precisamos de bancos públicos para manter essa oferta de crédito que sempre fomentou a economia em momentos importantes e não vemos isso atualmente. Não é uma questão de corporativa, a manutenção dos bancos públicos, porque vai impactar o Brasil com menos crédito e financiamentos sem privilegiar programas como Fies e financiamento imobiliário para os mais pobres. Vemos o perdão de dívidas de bancos privados como a que aconteceu com o Itaú, mas não capitalizam a Caixa Econômica para que ela possa oferecer crédito”, afirmou Juvandia.

O senador Lindbergh Farias comentou sobre a importância da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), como fomento a política de investimento com uma taxa de juros mais acessíveis, e que o atual governo quer extinguir e implementar uma taxa de juros de mercado atrelada à Selic. “É um momento de loucura acabar com os bancos públicos e a Taxa de Juros de Longo Prazo. Os bancos públicos são fundamentais para o país, inclusive para superar a crise econômica, como aconteceu em 2008”.

Luiz Gonzaga Belluzo, economista e professor da Unicamp, comentou sobre a falácia da política de austeridade do atual governo. “A economia não estava em plena decadência, como alguns não cansam de afirmar, se observarmos que o Brasil é um dos países menos endividados e que teve ganhos superavitários nos últimos anos”, disse. Já o professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, Fernando Nogueira, mostrou a diferença de visão entre bancos públicos e privados. “Os bancos privados privilegiam o financiamento do setor automobilístico e cartão de crédito. Já os bancos públicos fazem financiamento em várias políticas públicas, como o setor habitacional e agricultura familiar com juros mais baixos”. O governador Wellington Dias, também empregado da Caixa, afirmou a importância dos bancos públicos para o desenvolvimento social e econômico. “É botando dinheiro nas mãos dos mais pobres que multiplicamos a economia. Esse direito ao crédito não pode ser perdido”.

Reunião do Comando e Greve Geral

Durante o seminário houve também a reunião do Comando Nacional dos Bancários tratando sobre a reunião com a Fenaban, prevista para o dia 21 de junho, quando serão discutidas entre outros pontos, a questão da realocação de funcionários, manutenção do emprego, reclassificação e cursos para esses funcionários realocados. “Nossa expectativa agora é para a Greve Geral. Estamos chamando para o dia 22 de junho a grande assembleia aqui no Sindicato dos Bancários do Piauí para deliberar sobre como será nossa participação na Greve Geral do dia 30. Precisamos unificar todos os bancos junto com a sociedade para fazer a defesa dos bancos públicos que são fundamentais para o desenvolvimento do país”, afirmou o presidente do SEEBF-PI, Arimatea Passos.  

 

Com informações Contraf-CUT, Fenae e SEEBF-PI



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