O ataque aos bancos públicos tem sido constante no governo Michel Temer, minando a missão de bancos focados no desenvolvimento social do país. A Caixa que é o banco responsável pelos principais programas de políticas públicas no Brasil tem sofrido com processos de reestruturação, programas de demissão e fechamento de agências; num claro processo de enfraquecimento que abre caminho para a privatização e perda de espaço, como ocorreu com bancos públicos na década de 90.

No dia 14 de julho a Direção da Caixa anunciou de forma unilateral, por meio de circular enviada às unidades de todo o país, a volta do Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE). Já na primeira fase do programa, em março deste ano, 4.645 empregados aderiram ao plano, sendo a meta da Caixa desligar 10 mil empregados, sem garantias de que essas vagas serão repostas, piorando o atendimento, comprometendo os programas desenvolvidos pelo banco e sobrecarregando ainda mais os empregados que ficarem. Nesta segunda etapa do plano o objetivo é desligar até 5.480 empregados, além do plano de reestruturação que vai atingir áreas cruciais.

O prazo para aderir ao PDVE começou dia 17 de julho e vai até 14 de agosto, sendo que os desligamentos vão de 24 de julho até 25 de agosto. Estão aptos a aderir os aposentados pelo INSS ou que podem se aposentar até 31 de dezembro; trabalhadores com no mínimo 15 anos de efetivo exercício de trabalho; e empregados com adicional de incorporação de função de confiança/cargo em comissão ou função gratificada até a data de desligamento (sem exigência de tempo mínimo de efetivo exercício na empresa).

A diretora Francisca de Assis ressalta que o enfraquecimento dos bancos públicos interessa ao capital privado. “Os bancos privados estão pressionando para ocupar os espaços dos bancos públicos e os bancos públicos estão sendo reduzidos no seu tamanho, de suas unidades, no tamanho do quadro funcional e na sua missão de responsabilidade social. Além de tudo, ainda temos a possibilidade de terceirização facilitada, com a aprovação da terceirização e da reforma trabalhista. Agora estão favorecidos na contratação de terceirizados para fazer o serviço que é feito pelos empregados”, afirma De Assis.

Reestruturação fragiliza áreas fundamentais

No dia 17 de julho a Direção do banco anunciou uma reestruturação que prevê a extinção de filiais e a migração de trabalhadores; mudanças no normativo RH 205, ampliando o programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GGPD) para todos os bancários e bancárias com função. Segundo anúncio do banco, as mudanças se concentram nas Vice-Presidências de Logística (VILOG), Governo (VIGOV), Habitação (VIHAB), Fundos de Governo (VIFUG), Finanças e Controladoria (VIFIC), Gestão de Pessoa (VIPES) e Tecnologia da Informação (VITEC). Processos relacionados a FGTS, repasses, programas sociais e habitação, justamente entre os mais demandados pela população, estão entre os que serão impactados diretamente.

A Caixa Econômica já chegou a ter 101 mil empregados em 2014, e agora ao final de mais esse plano de demissão poderá ter menos de 90 mil empregados, menos agência e menor atuação social. “A Caixa suspendeu a contratação e agora a gente está nessa luta, porque sem empregados, reduz as atividades e também reduzindo a missão social que deve ter com o povo. Os programas sociais que o governo realiza por meio da Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste, o governo está reduzindo os programas sociais, então reduzindo os programas, não vai precisar dos empregados que precisava. Quem vai numa agência hoje sabe que todas as agências bancárias estão com defasagem de pessoal”, denuncia a diretora De Assis.

 

Reunião na APCEF Piauí visa esclarecer dúvidas

No próximo domingo (30/07), a APCEF Piauí realizará uma reunião, às 10h00, com a presença das advogadas do Sindicato dos Bancários do Piauí, Joara Rodrigues e Luciana Castelo Branco, com objetivo de esclarecer dúvidas sobre o PDVE, reforma trabalhista e previdenciária, já que pairam ainda muitas dúvidas sobre os prejuízos que tais mudanças trazem para cada empregado.

“A reforma trabalhista está trazendo insegurança para todo mundo e está deixando as pessoas com muitas dúvidas. O temor de cada um é: se sair agora vai ter algum prejuízo? Se ficar tem garantia de ter os mesmos direitos que tinha? Nós não temos confiança nem no Congresso, nem no governo federal, nem no judiciário brasileiro, porque a própria justiça do trabalho está ameaçada, com essas reformas, de perder o sentido de sua existência. O objetivo é tentar esclarecer o que for possível sobre o PDVE e essas reformas”, informa a diretora Francisca de Assis.

“A CEE ainda vai averiguar os termos do PDVE para garantir que não haja perdas de direitos para os empregados que aderirem. Porém, desde já manifestamos nossa contrariedade por mais uma decisão unilateral do banco, sem qualquer negociação com os representantes dos trabalhadores”, informa Dionísio Reis, coordenador da Comissão de empregados da Caixa.

 

SEEBF-PI com informações Fenae.



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