A retirada do item que transformava a Caixa em sociedade anônima (S/A) da proposta de alteração do Estatuto, após reunião do Conselho de Administração do banco, na quinta-feira (07/12), foi uma vitória dos empregados, dos movimentos sociais e de toda a sociedade brasileira. Em todo o país houve manifestações em frente a agências da Caixa, com o objetivo de impedir a alteração, que na prática permitira a abertura de capital e privatização do banco.

Representantes das 27 Apcefs de todo o país, Diretoria da Fenae e movimentos sociais reunidos em Curitiba (PR) – onde aconteceu a reunião do Conselho Deliberativo Nacional (CDN) – realizaram grande mobilização em defesa da Caixa 100% pública, com um abraço simbólico na agência Carlos Gomes, chamando a atenção da sociedade para os ataques do governo aos bancos públicos. Do Piauí estiveram presentes a presidente e vice da Apcef PI, Glória Araújo e Hortência Oliveira; e Francisca de Assis, diretora da Fenae.

“Este foi apenas um passo importante, não podemos vacilar. Devemos continuar mobilizados conversando com os trabalhadores, debatendo nas câmaras municipais, no Congresso, nos sindicatos, para que essa empresa continue forte para a sociedade brasileira e cumpra o importante papel que faz há 156 anos”, afirmou o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

A diretora da Fenae e do Sindicato dos Bancários do Piauí, Francisca de Assis, ressalta que a luta tem ser constante e em todo o país. “A Caixa é o único banco ainda totalmente público do país e o responsável pelos principais programas sociais que beneficiam a população mais pobre. Essa não é uma luta apenas em defesa do banco, mas em defesa do próprio Brasil. Temos que dialogar com a população em todos os cantos desse Brasil e defender a Caixa, mostrando o quanto ela é fundamental para desenvolvimento social e diminuição das desigualdades”, afirmou De Assis.

A retirada do item que transformaria a Caixa em sociedade anônima do novo estatuto do banco é a terceira vitória dos empregados contra as intenções privatistas do governo Temer. A primeira foi a retirada do trecho que obrigava empresas públicas a se transformarem em S/A do Estatuto das Estatais (Lei 13.303/2016), e a segunda veio em 18 de outubro, quando a mobilização dos bancários fez com que a votação da mudança no CA fosse suspensa.  

A represente dos empregados no CA da Caixa, Rita Serrano, lembra o quanto é fundamental a mobilização da sociedade. “Tivemos uma grande conquista, e ela só vem comprovar como é necessário acreditar na luta e ampliar nossa união em defesa da Caixa pública e seus trabalhadores”, afirmou.

A vice-presidente da Apcef Piauí, Hortência Oliveira lembra que é preciso dialogar com a população sobre o papel social do banco. “A Caixa é o banco da habitação, do FGTS, do Bolsa Família, do crédito rural, da aposentadoria, da infraestrutura, enfim o banco do desenvolvimento social do Brasil, e isso só é possível por ser um banco 100% público, por isso essa vitória é tão importante para todos os brasileiros”, disse Hortência.

 

Histórico

A mobilização para evitar que a Caixa se tornasse S/A vem desde o Projeto de Lei do Senado (PLS) 555. À época, uma grande mobilização nacional envolveu empregados de empresas públicas e representantes dos movimentos associativo, sindical e social e afastou essa ameaça do Estatuto das Estatais. Mais recentemente, como a possibilidade foi retomada pelo governo, audiências públicas em casas legislativas e discussões nos locais de trabalho e sindicatos já vinham alertando para os riscos de uma Caixa transformada em sociedade anônima, abrindo seu capital ou, ainda, sendo privatizada.

 

Com informações SEEBF-PI e Fenae.



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