O Banco do Brasil obteve lucro líquido ajustado de quase R$ 10 bilhões no 1º semestre de 2021, crescimento de 48,4% em relação ao mesmo período de 2020, segundo análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No 2º trimestre, o lucro foi de R$ 5 bilhões, aumento de 52,2% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Segundo o banco, a redução das provisões para lidar com devedores duvidosos (PCLD Ampliada) e o crescimento da carteira de crédito destacam-se no resultado do semestre. A rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido ajustado) cresceu 3,9 pontos percentuais (p.p.) em doze meses, chegando em 14,1%.



“Os resultados são muito bons e os funcionários precisam mesmo ser reconhecidos. Mas, é preciso dizer que estes mesmos funcionários pintados como se estivessem no ‘mundo das maravilhas’, na verdade são estrangulados pelas metas impostas pela atual gestão, principalmente com vice-presidente de varejo, quase um capataz cruel”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, se referindo ao vídeo enviado pelo presidente do banco aos funcionários na manhã desta quinta-feira para anunciar os resultados do balanço semestral.

 

Redução do pessoal e sobrecarga

 

“Os funcionários, supostamente valorizados, precisam se desdobrar para cumprir as metas. Ainda mais com as constantes reduções do quadro de pessoal. Uma realidade que leva à sobrecarga de trabalho e ao consequente adoecimento”, afirmou Fukunaga.



Em um ano, o banco fechou 6.956 postos de trabalho e, do primeiro para o segundo semestre de 2021, essa redução de pessoal se acentuou ainda mais. Somente neste segundo trimestre, no escopo do Programa de Adequação de Quadros (PAQ) e do Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), o banco reduziu seu quadro de pessoal em 2.358 funcionários. Além disso, em 12 meses, foram fechadas 390 agências e 33 postos de atendimento bancário e o número de clientes aumentou em 2,9 milhões.



“São menos funcionários, menos agências, mais clientes e mais lucro. Não é difícil de se perceber quem são os prejudicados. O discurso de valorização dos funcionários cai por terra. E os clientes também são afetados, com maior dificuldade para se encontrar uma agência e pelas filas que se alongam. Pagam cada vez mais caro pelas tarifas para ter um atendimento cada vez mais precário, devido à política de desestruturação que é implantada, pelo menos, desde 2016”, observou o coordenador da CEBB.



As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias alcançaram R$ 14,1 bilhões no ano, enquanto as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, somou R$ 12 bilhões no período. Ou seja, somente com a receita de tarifas e serviços bancários, que representa uma parte ínfima de toda a arrecadação do banco, é possível cobrir todas as despesas com funcionários e ainda sobram 17,4% do valor.



Veja abaixo a tabela resumo do balanço, ou, se preferir, leia a íntegra da análise do Dieese.

 



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