Inflação em alta: IPCA e INPC fecham 2021 acima dos 10%
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12/01/2022 :» Leal Comunicação & Assessoria :» Nacionais
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o índice oficial da inflação subiu 10,06% em 2021. O indicado é mais que o dobro do que o registrado no ano anterior (4,52%) e o maior desde 2015 (10,67%), segundo o IBGE, que divulgou os dados nesta terça-feira (11). Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou com alta de 10,16%, ante 5,45% em 2020, e também com o maior resultado em seis anos. O INPC é o mais utilizado como referência para negociações salariais.
Como se viu ao longo de 2021, alguns itens tiveram impacto maior sobre a inflação. Caso da gasolina, por exemplo, que aumentou 47,49% em 2021, enquanto o etanol aumentou 62,23%. Já a energia elétrica teve alta de 21,21%. O gás de botijão teve aumento médio de 36,99%. Assim, das 16 regiões áreas pesquisadas pelo IBGE, 10 terminaram 2021 com inflação de dois dígitos.
Com a divulgação do INPC de 2021, se confirmou que o salário mínimo brasileiro ficou novamente sem aumento real (acima da inflação). O valor de R$ 1.212 para este ano corresponde a um reajuste de 10,18%, praticamente o mesmo resultado do INPC anual (10,16%). O valor final do piso foi arredondado para cima. Itens diretamente ligados ao orçamento familiar, como os de alimentos, tarifas e combustíveis, foram os que mais subiram. São exatamente os que têm maior impacto na população de menor renda.
O Dieese estimou que, em dezembro, o salário mínimo deveria ser de R$ 5.800,98 para custear as despesas básicas de uma família de quatro pessoas. O cálculo foi feito com base na cesta básica mais cara no mês passado, a de São Paulo, que chegou a R$ 690,51. O mínimo do Dieese corresponde a 5,27 vezes o piso oficial de 2021 (R$ 1.100). Um ano antes, essa proporção era de 5,08.
Entre os grupos que compõem o IPCA, Transportes teve a maior variação (21,03%) e também o maior impacto no resultado geral (4,19 pontos percentuais). Depois vieram os grupos Habitação (13,05% e 2,05 pontos, respectivamente) e Alimentação de Bebidas (7,94% e 1,68 ponto). Somados, os três corresponderam a 79% do total.
Em Transportes, além dos combustíveis, o IBGE apurou alta de 16,16% nos preços de automóveis novos e de 15,05% nos usados, em 2021. As passagens aéreas aumentaram 17,59% e o custo com transportes por aplicativos subiu 33,75%.
No grupo Habitação, o instituto lembra que na questão das tarifas de energia o país conviveu, ao longo do ano, com as bandeiras amarela e vermelha – e depois com a bandeira chamada Escassez Hídrica, que entrou em vigor em setembro e deverá ser mantida até o próximo mês de abril.
A variação de Alimentação e Bebidas foi menor que em 2020 (de 14,09%, naquele ano, para 7,94%). O item alimentação no domicílio subiu 8,24%, com destaque para o café, com aumento de 50,24% e impacto de 0,15 ponto no índice anual. O preço médio da mandioca subiu 48,08% e o do açúcar refinado, 47,87%. Caíram preços de produtos como batata inglesa (-22,82%) e arroz (-16,88%).
Já no grupo Artigos de Residência (alta de 12,07% em 2021), o IBGE cita os itens mobiliário (15,73%) e eletrodomésticos e equipamentos (13,62%), além de produtos de TV, som e informática (10,55%). Em Vestuário (10,31%), destaque para joias e bijuterias (12,76%) e roupas masculinas (12,60%).
Entre as áreas, a maior alta do IPCA foi registrada na região metropolitana de Curitiba (12,73%). A menor variação foi em Belém (8,10%). Na Grande São Paulo, o índice variou 9,59%. E ficou acima dos 10% em Vitória (11,50%), Rio Branco (11,43%), Porto Alegre (10,99%), Campo Grande (10,92%), Salvador (10,78%), Fortaleza (10,63%), Recife (10,42%), Goiânia (10,31%) e Aracaju (10,14%).
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