A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu com a direção do banco, na tarde desta quinta-feira (31), para discutir o modelo de Trabalho Remoto Institucional (TRI), uma opção de formato de trabalho híbrido, garantido em Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) assinados pelas partes.
 

Na última segunda-feira (28), no mesmo dia em que o BB apresentou oficialmente as regras do projeto-piloto do banco, o governo federal publicou a Medida Provisória (MP) 1.108/22, que dita regras mais flexíveis para o teletrabalho e abre caminho legal para os trabalhadores nesta modalidade serem pagos apenas por tarefa/produção realizada e não por toda a jornada de trabalho. “Nós questionamos o porquê, neste momento, o seguimento gerencial de departamentos, como CRBBs (Centrais de Relacionamentos do BB), SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) e escritórios digitais, não estão elegíveis ao processo de implementação do Teletrabalho”, disse o coordenador da CEBB, João Fukunaga.
 

Segundo os representantes do Banco do Brasil, este é um projeto inicial, no qual tudo será avaliado, conforme a implementação for aplicada. Por isso, neste momento, os locais de atendimento direto aos clientes ficarão de fora. Para o segmento gerencial, os representantes do banco alegam a necessidade de os gerentes ajudarem a implementação deste modelo híbrido, mas que no futuro a avaliação poderia ajudar a rever essa decisão. “Achamos que essa explicação não contempla o desejo de vários funcionários, e por isso para os trabalhadores é preciso sim rever isso para permitir que todos possam contar com modelo híbrido e que não justifica essa distinção das CRBBs e do SAC, uma vez que estavam em teletrabalho emergencial durante o período mais duro da pandemia”, afirma Fernanda Lopes, secretária da Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Iremos sempre continuar cobrando o banco para que ele reveja este posicionamento e defenderemos o direito de todos”, garantiu a dirigente.


O encontro foi reivindicado pelo representante dos trabalhadores para tirar as dúvidas que surgiram após o BB divulgar a apresentação oficial do modelo, na segunda-feira (28). “A implementação desta opção de trabalho híbrido já é uma vitória para nós, já que estamos há mais de um ano e meio com esta reivindicação. Agora, com o projeto piloto em funcionamento, vamos buscar o melhor formato, pouco a pouco. É algo novo para os dois lados, precisamos entender o funcionamento e apontar os erros para evoluir”, afirmou o coordenador da CEBB.
 

O projeto-piloto, implementado a partir desta quinta-feira (31), será avaliado após 90 dias de funcionamento, junto com acompanhamento do grupo de risco que estão em teletrabalho emergencial. A primeira vitória dos funcionários é o atendimento a reivindicação dos trabalhadores que moram além dos municípios limítrofe ou na mesma região metropolitana. “Inicialmente o banco os proibia de fazer, mas como essas pessoas já faziam o trajeto todos dias, serão liberados para o projeto, após solicitação via e-mail”, explicou Fukunaga, ao informar que a alteração já foi incluída na Instrução Normativa (IN).
 

A CEBB reforçou ainda a reivindicação da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil (APABB) para priorização dos pais de crianças com deficiências no teletrabalho. “Nesta questão, o banco alega que não tem como priorizar, uma vez que seriam somente dois dias de ausência durante a semana, no máximo, e que essa elegibilidade depende de outros critérios”, explicou João Fukunaga.
 

Por fim, o banco informou um cronograma a ser divulgado para os funcionários, com sistemas próprios para acompanhamento das ausências diárias pela Diretoria de Pessoas (DIPES) e pelas Gerências Regionais de Gestão de Pessoas (GEPES). “Temos de controlar a ansiedade e não cair em inúmeros boatos, o banco estará lançando inúmeros mecanismos que facilitarão a gestão do teletrabalho institucional e tudo isso será monitorado pela DIPES e pelos representantes dos trabalhadores”, concluiu o coordenador da CEBB.



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