Nesta terça-feira, 17 de maio, Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, os movimentos pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, com a participação de entidades sindicais, organizaram eventos para discussão de pontos de interesse ao tema e promoveram vários atos e manifestações.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) participou, desde domingo (15), do Encontro do Conselho Nacional Popular LGBTI+, composto por 26 entidades. O evento debateu pautas relacionadas à diversidade e contou com a presença de militantes de várias regiões do Brasil, ligados a movimentos populares, como o MST, entidades estudantis e sindicatos de várias categorias, com destaque aos bancários.

Manifestações

Movimentos em defesa dos direitos LGBTQIA+, incluindo representantes da CUT e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), participaram de manifestação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, pela reabertura do Museu da Diversidade Sexual. O Museu, que é estadual e já tem 10 anos, foi fechado no final de abril por decisão judicial, a partir de ação movida pelo deputado bolsonarista conhecido como Carteiro Reaça. Para a secretária da Juventude da Contraf-CUT e militante LGBTQIA+, Bianca Garbelini, “o argumento usado foi relacionado ao orçamento, mas se trata claramente de uma ação de perseguição à comunidade LGBTQIA+, e o Museu tem que ser reaberto”. Parlamentares do campo progressistas declararam apoio para reverter o fechamento da entidade.

Para Adilson Barros, da direção da Contraf-CUT e militante LGBTQIA+, “o encontro foi importante para debater nossas pautas, buscar mecanismos para garantir direitos e, acima de tudo, nos orgulhar do que somos. Não serão permitidos ataques à nossa comunidade nem aos espaços que contam a história de lutas dos LGBTQIA+. Se estão autorizando a nos violentar, estamos autorizades a lutar até o fim para impedir o retrocesso e ataques àqueles que lutam por uma sociedade justa, igualitária e sem preconceito”.

No fim da tarde, ocorreu na avenida Paulista um ato cultural, com shows de vários artistas, e um sonoro grito por Bolsonaro Nunca Mais! A concentração ocorreu no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), tradicional ponto de encontro de manifestações populares da cidade.

Ato na avenida Paulista, em São Paulo, no Dia Internacional de Combate à LGBTfobia

Tuitaço

O Conselho Nacional Popular LGBTI+ promoveu um tuitaço, como parte dos protestos pela data. A ação começou às 8 horas, pelas redes sociais, com a hashtag #17McontraLGBTIfobia. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE-CUT) também usou o dia para lançar a campanha “Eleja quem respeita você! Está na hora de tirar os lgbtfóbicos do poder!”, em apoio a candidatos sensíveis à comunidade LGBTQIA+. A iniciativa faz parte da luta da CNTE pela escola pública laica, democrática, de qualidade e livre de LGBTQIAfobia.

Todas as cores

A Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Vestuário (CNTRV-CUT) colocou no ar o primeiro episódio da série “Nós vestimos todas as cores”, com as entrevistas de Augusta Baêta, mulher trans, e de Gil Santos, homem trans, ambos militantes LGBTQIA+. Ao todo, serão 12 edições, sempre às terças-feiras, às 16h. Acompanhe pelo canal Roupa Colorida no Youtube.

História

O Dia Internacional de Combate à LGBTfobia marca o combate ao preconceito e à discriminação contra pessoas LGBTQIA+ desde 1990, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou de sua lista de enfermidades o “homossexualismo”. Com a decisão, o termo, enfim, passou a ser classificado como impróprio, pois o sufixo –ismo está associado, na medicina, à designação de uma doença.

Tratava-se se conquista histórica da comunidade LGBTQIA+, que ocorria depois de alguns passos importantes, como a retirada da homossexualidade da lista de distúrbios pela Associação Americana de Psiquiatria em 1973, o que também ocorreu no Brasil em 1985, quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) se manifestou após forte pressão do Grupo Gay da Bahia. Porém, a data foi instituída oficialmente no Brasil somente em 2010, por decreto da então presidenta Dilma Rousseff.

Segundo o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ pelo quarto ano consecutivo. O relatório mostra que São Paulo é o estado onde mais ocorrem assassinatos de pessoas LGBTQIA+: foram 42 mortes violentas no ano passado, 29 em 2020 e 21 em 2019. Ao todo, o Observatório relatou 316 assassinatos de pessoas LGBTQIA+ no país em 2021 e 217 em 2020.



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