Defender a soberania de mais um patrimônio brasileiro foi o que levou sindicatos, movimentos sociais e deputados estaduais para a Audiência Pública proposta pela deputada Flora Izabel (PT), na quinta-feira (28/09), no plenarinho da Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI) sobre a proposta do governo federal de privatização da Cepisa e da Chesf.   

O debate aconteceu junto às Comissões de Administração Pública e Política Social e de Infraestrutura e Política Econômica da ALEPI, e reuniu o Sindicato dos Urbanitários, Chesf, Eletrobras, CUT, entre outros sindicatos, como o dos bancários e correios. O vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, Odaly Medeiros, destacou a importância de defesa do patrimônio público brasileiro. “Essa discussão foi muito boa, com participação muito grande de sindicatos e movimentos populares. Fui à tribuna fazer uma moção de repúdio a essa atitude do governo federal de querer vender o Brasil. O que dá lucro o governo está vendendo. Foi proposto chamar os deputados e senadores federais do Piauí para uma discussão sobre a privatização do setor público. Foi um momento de discussão sobre o tema e é isso que temos que fazer, nos organizarmos para defender nosso patrimônio público”, afirmou Odaly.

A deputada Flora Izabel (PT) ressaltou que onde houve privatização houve aumento do preço da energia e fim da tarifa social, além de demissões. “É nesse sentido que nós somos contra e trouxemos o debate aqui para a Assembleia, para que a Casa possa acompanhar esse processo, que já foi iniciado com a privatização da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG)”, explicou a deputada.

O economista da Eletrobras Piauí, Antônio Pereira, destacou que, com a privatização, poderá haver até quatro reajustes nos próximos 12 meses. “Tem esse de 27%, já está previsto uma flexibilização dos contratos das distribuidoras para o novo controlador poder fazer uma nova revisão tarifária em 2018, aí vem outro reajuste. A ANEEL ficou glosando nossa base de remuneração para inviabilizar a empresa e agora ela vai botar uma base correta, gerando um outro reajuste absurdo em 2018. E se privatizar a Chesf e a holding tem a história da discotização, que é mais 17%, e em outubro do ano que vem terá outro reajuste que é o da data base. Ou seja, quatro reajustes em 12 meses. O consumidor piauiense vai aguentar?”, questionou.

Frente Parlamentar

O presidente do Sindicato dos Urbanitários, José Paulo Sampaio, defendeu a criação de uma Frente Parlamentar em defesa das estatais. “Nós esperamos fazer um amplo debate com os parlamentares e sociedade em defesa do setor elétrico nacional, da CEPISA aqui no Piauí e da CHESF em nível de Nordeste, para que assim a gente possa criar uma frente parlamentar para fazer a defesa das empresas públicas”, afirmou.



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