Centrais sindicais, movimentos sociais, estudantis e sindicatos em todo o país se uniram num grande movimento, nesta sexta-feira (10/11), às véspera implantação da nova legislação trabalhista que representa um retrocesso em direitos e garantias conquistadas a duras penas durante décadas de lutas. No Piauí, bancários e bancárias se juntaram às outras categorias em manifestação contra a reforma trabalhista e todas as medidas propostas pelo governo Temer e que representam a destruição de direitos e garantias do trabalhador brasileiro.

“O fundamento principal é que a população compreenda que é preciso fazer a resistência. Estamos denunciando e protestando contra essa nova lei trabalhista que entra em vigor agora. Fizemos uma luta, mas não foi o bastante para barrar a aprovação, mas temos capacidade, podermos revogar essa lei que é contra o trabalhador. Lutamos também contra a reforma da Previdência que é a atual agenda do governo, que pretende aprovar ainda no mês de novembro, por isso temos que fazer a resistência, denunciar esse governo que está entregando todo o patrimônio nacional, causando o empobrecimento da nação”, disse Paulo Bezerra, presidente da CUT Piauí.

Arimatea Passos, presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí (SEEBF-PI), destacou que é um dever alertar a sociedade e lutar contra os desmandos desse governo ilegítimo. “Esse é um movimento nacional de todas as categorias de trabalhadores do país contra a terceirização e contra a reforma trabalhista. O golpe foi contra toda a classe trabalhadora. É nosso dever estar aqui para alertar a sociedade, para que acorde e lute contra esse governo que destrói todos os direitos e garantias trabalhistas e sociais”, disse.

Trabalhadores marcham contra retira de direitos

Trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias se encontraram na Praça Rio Branco, Centro de Teresina, seguiram pelas principais ruas e se concentraram em frente à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, do Ministério do Trabalho no Piauí, onde vários representantes de Centrais, sindicatos, movimentos populares e sociais se manifestaram contra as reformas trabalhista e previdenciária, e demais pautas de luta.

Para a presidente da Delegacia sindical, do Sindicato dos Auditores Fiscais do Piauí, Soraya Lima, o trabalhador brasileiro está no seu momento crucial. “O governo Temer foi alçado ao poder com o intuito de advogar pelo capital, fazer leis a favor do capital e contra o trabalhador. Tudo isso culminou com a reforma trabalhista e essa pretensa reforma da Previdência. A partir de 11 de novembro os trabalhadores estarão com seus direitos fragilizados, contratos de trabalho precarizados, sua rede de proteção social também fragilizada. Por isso estamos aqui na luta contra esse governo que retira direitos”, afirmou.

O vice presidente do SEEBF-PI, Odaly Medeiros, ressalta que nem tudo está perdido, mas é preciso reagir. “Esse golpe continua contra os direitos trabalhistas, contra a aposentadoria, emprego, contra os trabalhadores. A sociedade precisa reagir e essa manifestação de hoje é um caminho, nem tudo está perdido, mas é preciso reagir”, disse Odaly Medeiros.

O diretor do SEEBF-PI, João Neto, analisa os prejuízos que essa reforma traz ao trabalhador. “Com o trabalho intermitente e temporário, a maioria dos trabalhadores não vai completar um ano no trabalho, é isso significa o fim do 13ª e férias. Também acaba com o FGTS, porque a contribuição vai diminuir devido ao trabalho intermitente e temporário. Por isso é importante as mobilizações e o trabalho de cada categoria para que os trabalhadores prestem atenção no que está acontecendo. Espero que o povo acorde e que a gente dê uma resposta nas ruas”.

Já o diretor do SEEBF-PI, José Ulisses, destaca a necessidade de uma ampla mobilização popular. “Temos que estar nas ruas denunciando o pacote de maldades desse governo. A reforma trabalhista é o desmonte dos direitos e conquistas de muitos anos de luta. A partir de agora teremos uma lei que o trabalhador ainda nem assimilou. O trabalhador hoje está desprotegido. Temos que ocupar as ruas. Por muito menos ocuparam as ruas e agora, cadê as panelas? Cadê os patos?”, questiona o diretor.



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