Uma palestra de caráter informativo marcou a atividade em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, organizada pelo Sindicato dos Bancários do Piauí nesta quinta-feira (08/03), na sede da entidade. A convidada foi a delegada de Polícia Civil, Thaís Lages Paz, que fez uma ampla explanação sobre as ações da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) e o trabalho da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

Na abertura, o presidente do SEEBF-PI, Arimatéa Passos parabenizou todas as mulheres bancárias, em especial as que fazem parte da diretoria do sindicato. Em seguida, ele mencionou sobre as elevadas ocorrências de crimes praticados contra mulheres no Piauí, “motivo esse que levou o sindicato a promover essa discussão para categoria bancária”, diz.

Marcaram presença as diretoras Lusemir Carvalho, Francisca de Assis Araújo, Hortência Oliveira e Fabiana Bezerra.

Thaís Lages começou sua palestra informando sobre a existência de quatro delegacias especializadas no atendimento à mulher, sendo uma na zona Norte, outra no Centro, zona Sul e Sudeste de Teresina. “Dessa forma, as mulheres vítimas de qualquer tipo de violência pode se dirigir a delegacia mais próxima de sua casa”, lembra.

A delegada relatou caso de denúncia em que a mulher é espancada pelo marido porque seu time perdeu no jogo, mais precisamente nas quartas-feiras à noite. “Temos constatado que os casos de violência contra a mulher acontecem principalmente nas noites de sexta-feira para sábado e domingos”, observa Thaís Lages.

Enfatizando que, agora, as DEAMs possuem atendimento de 24 horas, as vítimas de violência podem procurar atendimento sem ter que esperar apenas ao longo da semana, já que anteriormente não era possível fazer denúncia nos fins de semana, pois não havia delegada, nem estrutura suficiente para isso.

Mas hoje a realidade é diferente, segundo conta Thaís Lages Paz, que elencou os principais tipos de violência cometidos contra a mulher: “Tem a violência física, psicológica – essa mais sutil e difícil de perceber - sexual, moral e patrimonial”, esta última ocorre quando o marido chega em casa chateado e normalmente bêbado, e começa a quebrar ou queimar tudo que foi comprado pela companheira.

Ao longo de sua carreira policia, a delega enumerou as três práticas que o agressor geralmente comete contra as vítimas: em primeiro lugar, a ameaça que pode ser uma violência psicológica, por exemplo; em segundo, vem a difamação e, por último, a lesão corporal. “Tem ainda os casos de feminicídios em que o autor mata a mulher por razões de gênero, pois o homem pensa que a mulher é propriedade dele”, pondera, mencionando que esses tipos de crime têm características próprias. “Geralmente são com excesso de violência e as mulheres são tratadas como objetos. Os espancamentos atingem principalmente o rosto, seios, bumbum e vagina da mulher”.

Thais também esclareceu sobre a violência sexual praticada contra a mulher, como o estupro normal e estupro de vulnerável que, segundo o Código Penal, é um delito previsto no artigo 217-A. São elementos objetivos do tipo: “ter” (conseguir, alcançar) conjunção carnal (cópula entre pênis e vagina) ou “praticar” (realizar, executar) outro ato libidinoso (qualquer ação que objetive prazer sexual) com menor de 14 anos, com alguém enfermo (doente) ou deficiente (portador de retardo ou insuficiência) mental, que não tenha o necessário (indispensável) discernimento (capacidade de distinção e conhecimento do que se passa, critério ou juízo) para a prática do ato sexual, assim como alguém que, por qualquer outra causa, não possa oferecer resistência (força de oposição contra algo). O vulnerável é a pessoa incapaz de consentir validamente o ato sexual, ou seja, é o passível de lesão, despido de proteção.

Para finalizar sua palestra, a delega explicou que realiza um trabalho de prevenção, principalmente atuando na capacitação de policiais para que estejam aptos no atendimento as mulheres agredidas de alguma forma.

A diretora de Imprensa, Hortência Oliveira, destacou a importância desse tipo de palestra, “pois o assunto fala da violência e por mais que a gente tenha conhecimento, sabemos que a mulher sofre violência, seja ela doméstica, psicológica, no ambiente de trabalho e patrimonial”, frisa, assegurando que foram esclarecedora as explanações da delegada.



Fonte Gilson Rocha tags:»






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