O Banco do Nordeste passa por uma reestruturação que afetará setores e funções dentro do banco. Essas mudanças foram apresentadas e discutidas na primeira reunião presencial desde a pandemia, realizada em Fortaleza (CE), entre a Comissão Nacional dos Funcionários do BNB e a Direção do Banco do Nordeste, dia 10/11, onde esteve presente o diretor do Sindicato dos Bancários do Piauí, Marcus Ribeiro, com demais representantes sindicais do Nordeste.

 

Diretores do SEEBF/PI realizaram, entre os dias 11 e 12/11, reuniões nas agências BNB Centro, Dirceu e João XXIII, em Teresina, para informar e tirar dúvidas sobre o processo de reestruturação. O presidente do SEEBF/PI, Odaly Medeiros, iniciou lembrando dos colegas bancários falecidos em função da pandemia. Também destacou o desmonte nos bancos públicos e o contexto político desfavorável para o trabalhador.

 

“Essas reuniões eu diria que são prévias que estamos organizando, considerando que a campanha nacional da categoria no próximo ano vai ser ainda mais difícil. Conjuntura política desfavorável, com um governo autoritário e sem diálogo. O momento é de comunicar e alertar nossa base, apresentando um diagnóstico do que está acontecendo nos bancos com nossa categoria. Em 2022 estaremos unidos, mantendo direitos e buscando conquistas”, disse Odaly Medeiros. 

 

 

O diretor Marcus Ribeiro, que também é funcionário do BNB, explicou sobre os principais aspectos da reestruturação que entrará em vigor a partir de 03 de janeiro de 2022.

 

Ações de 7ª e 8ª horas

Na avaliação de Marcus Ribeiro alguns problemas terão que ser contornados em função das ações de 7ª e 8ª horas. “No Piauí temos decisão favorável à redução de jornada. Em virtude disso, faremos uma Assembleia virtual, ainda nesse mês de novembro, com todos os bancários e bancárias do BNB no estado, para tratar especificamente sobre como conduziremos essas ações, frente a esse plano de reestruturação de funções. Na reunião em Fortaleza houve o compromisso do banco de abrir um diálogo para solução desses passivos trabalhistas. Isso é um ponto importante no avanço da discussão”, disse Marcus Ribeiro.

 

CrediAmigo

Na mesa de negociação, em Fortaleza, a Comissão Nacional apresentou também a preocupação das entidades sindicais com a transição no contrato do CrediAmigo, tendo em vista a grande importância, tanto social, quanto para o resultado financeiro do banco. A preocupação é porque está em curso uma licitação para que novas empresas operacionalizem o CrediAmigo em toda a região Nordeste. As entidades sindicais cobraram ao banco que apresente um plano de transição, para que não haja descontinuidade no atendimento aos clientes.

 

Teletrabalho permanente

A Direção do BNB apresentou a possibilidade de implantar o teletrabalho permanente no Banco do Nordeste, inicialmente para funções de advogado, auditor e área de TI. Isso necessita de discussão mais aprofundada frente a preocupações dos sindicatos. “Quais serão as ferramentas disponibilizadas para quem vai atuar no teletrabalho permanente, como computador, ergonomia, manutenção do auxilio refeição, ajuda de custo para internet e energia? Além da preocupação sobre como será o acesso do sindicato a esses trabalhadores que estarão em teletrabalho. São pontos que carecem, inclusive, de um acordo coletivo específico, que será discutido”, disse Marcus Ribeiro. 

 

 

Principais questionamentos nas reuniões

Nas reuniões nas agências a preocupação principal era entender o impacto para cada funcionário e funcionária. “Haverá redução de carga horária, mas com redução de salário, no caso da função Auxiliar de Negócios; e aumento da jornada sem aumento de remuneração, no caso de Gerente de Relacionamento. Entretanto, há um mitigador dentro do plano do banco que garantirá a permanência dos salários durante dois anos, posterior a isso haverá sim a redução”, afirmou Marcus.

 

Outra preocupação foi quanto ao encarreramento dentro do BNB. Marcus Ribeiro explicou que, em virtude das ações de 7ª e 8ª horas, que trouxeram efeitos positivos, dentre os quais a redução da jornada para 06 horas e o reconhecimento de um passivo trabalhista passado, que é justamente o pagamento da 7ª e 8ª horas. No entanto, o encarreramento ficou prejudicado, tendo em vista que o banco não realiza concorrência para funções, como gerentes de suporte a negócios, suporte operacional e de negócios Pronaf, e não permite substituição e realização de horas extras, desde 20216.

 

 

“Ainda nessa última rodada de negociação, o banco divulgou que, a partir da aplicação desse novo plano, destravaria essas possibilidades e haveria toda essa movimentação, com abertura de concorrência para essas funções que estão sem preenchimento aqui no estado”, disse Marcus Ribeiro. 

 

Também foi informado, na reunião da CNFBNB com a Direção do banco, que há a possibilidade de, em 2022, o banco abrir mais uma rodada do Plano de Incentivo à Demissão (PID), mediante, também, à reposição de 90 novas vagas de trabalho que serão destinadas à área de Tecnologia da Informação.

 

 

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Matéria: João Henrique Vieira
fotos: João Henrique Vieira e SEEB/CE



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