Em frente à agência do Bradesco no Centro de Teresina, com centenas de pessoas aglomeradas em longas e demoradas filas, os diretores do Sindicato dos Bancários do Piauí (SEEBF/PI) entregaram uma carta aberta à população e denunciaram a situação que o Bradesco impõe a seus trabalhadores e clientes. O protesto aconteceu na manhã desta terça-feira (30/11), denunciando que apesar do lucro de mais de 19 bilhões em 2021, O Bradesco pratica uma rotina de assédio, metas abusivas, fechamento de agências, demissões e insegurança. 

 

No Piauí, A Direção Regional do Bradesco tem excedido a cobrança por metas de forma voraz, sistêmica e cotidiana. Um ambiente de trabalho que tem adoecido a categoria. Além das demissões em plena pandemia, e um volume de trabalho excessivo para um número reduzido de trabalhadores e trabalhadoras. 

 

O presidente do SEEBF/PI, Odaly Medeiros, ressaltou a unidade e participação de diretores de todos os bancos, e que o protesto foi para contestar e repudiar atitudes do Bradesco, como assédio, fechamento de agências e demissões.

 

“Não podemos aceitar, porque assinamos um acordo em que o banco se comprometeu em não demitir durante a pandemia. Nesse protesto explicamos para a sociedade a importância dos bancos, mas que esses bancos também precisam respeitar e reconhecer o valor dos clientes, e principalmente o valor de seus trabalhadores. Temos que dá uma resposta e essa resposta foi dada, aqui em Teresina, na porta da agência central. Continuaremos cobrando respeito aos trabalhadores e à sociedade. Fechar agências, demitir trabalhadores em plena pandemia é um erro incalculável, eu diária até irresponsável, principalmente em um banco com bilhões de lucro, lucro esse que vem das mãos dos trabalhadores e da própria sociedade”, afirmou Odaly Medeiros.

 

 

O diretor do SEEBF/PI e funcionário do Bradesco, João Neto, afirma que o sindicato cumpre seu papel de denunciar e cobrar melhores condições de trabalho e atendimento aos clientes. 

 

“O Banco tem um lucro exorbitante e vai na contramão, com diminuição de funcionários, tanto por demissão, como por home office e adoecimento pela sobrecarga de trabalho. Um exemplo disso sou eu, que ficava no autoatendimento e não consigo mais, porque se desenvolveu em mim um problema na coluna e não consigo mais permanecer muito tempo em pé. O banco tem reduzido a quantidade de pessoas para atender e só aumenta a quantidade de gente para ser atendida. Foi positivo esse protesto e esperamos que chegue à Direção Geral do banco para que tome providências contratando mais trabalhadores para  melhorar esse atendimento”, disse João Neto.

 

O diretor do SEEBF/PI, Carlos Augusto, também denuncia e reafirma que hoje é um dia de luta e defesa dos bancários e bancárias do Bradesco. “O que está sendo feito pela direção do Bradesco é uma vergonha, ganância, falta de postura e de respeito da Direção Regional com os funcionários. Estamos acionando também o Ministério Público, porque está acontecendo assédio moral e estamos denunciando, porque a ganância está muito grande. Muitas demissões. O banco está adoecendo seus funcionários e funcionárias. É um dia para denunciar essa maneira como o Diretor Regional do Bradesco trata seus funcionários e funcionárias”, afirmou Carlos Augusto.

 

 

Fechamento de Agências, Metas abusivas, Demissões e Insegurança

 

Somente nos últimos 12 meses, o Bradesco fechou 1.088 agências em todo o país. No Piauí houve o encolhimento de agência que foram transformadas em Postos de Atendimento (PA).

 

Somente no primeiro trimestre de 2021, o Bradesco obteve um lucrou 73,6% a mais do que no ano passado. Nesse mesmo período o Bradesco demitiu 8.547 bancários em todo o país. Muitos dos bancários e bancárias que trabalharam para atingir todo esse lucro, hoje estão desempregados. 

 

Com a implantação das chamadas “Unidades de Negócios” que o Bradesco está abrindo para substituir as agências, os trabalhadores têm que lidar com grandes volumes de dinheiro, em locais sem vigilantes nem portas detctoras de metais, aumentando perigo para os bancários e clientes do banco.

 

Matéria e Fotos: João Henrique Vieira



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